Ayman al-Zawahiri, sucessor de Osama Bin Laden na liderança do grupo terrorista Al Qaeda, foi morto em um ataque de drone promovido pelo governo dos Estados Unidos, neste fim de semana. A informação é da imprensa estadunidense, a partir de relatos de fontes ligadas à operações antiterroristas.
O governo dos EUA não confirmaram, até o fechamento desta matéria, a morte do homem. No entanto, o presidente Joe Biden fará um pronunciamento oficial sobre “uma operação de contraterrorismo bem-sucedida” ainda na noite desta segunda-feira (1º/8).
"No fim de semana, os Estados Unidos conduziram uma operação de contraterrorismo contra um alvo significativo da Al Qaeda no Afeganistão. A operação foi bem-sucedida e não houve vítimas civis", disse um alto funcionário do governo à CNN dos EUA.
De acordo com o The Washington Post, Zawahiri tinha 71 anos e era conhecido pela inteligência americana como o nº 2 da Al Qaeda. De acordo com fontes do jornal, foi ele quem “guiou” o movimento terrorista antes mesmo da Al Qaeda se tornar amplamente conhecida em 2001, com o ataque às Torres Gêmeas em 11 de setembro — ato terrorista creditado a ele pela inteligência americana.
Em 1998, o homem escreveu um manifesto em que falava que “matar americanos e seus aliados — civis e militares — é um dever individual de cada mulçumano que pode fazê-lo em todos os países em que é possível fazê-lo”. As forças dos EUA afirmam que o homem foi “pioneiro” em adotar ataques “espetaculares” como forma de alavancar os ideais terroristas.
No entanto, por não ter o "carisma" de Bin Laden, não assumiu a posição de liderança e o rosto da Al Qaeda. “Zawahiri é o ideólogo da Al-Qaeda, um homem de pensamento e não um homem de ação”, disse Bruce Riedel, ex-especialista em contraterrorismo da CIA e conselheiro de quatro presidentes dos EUA, em uma entrevista em setembro ao The Washington Post.
O homem era buscado pelos EUA, que chegou a oferecer uma recompensa de até US$ 25 milhões por informações que levassem a ele. Desde o início da invasão no Afeganistão, feita pelos EUA, Zawahiri esteve em movimento.
Médico, o homem se revelou publicamente como militante extremista muçulmano em 1981, quando deu uma entrevista direto da prisão após ser condenado por estar envolvido no assassinato do presidente egípcio Anwar Sadat. Na época, ele já falava como um grupo. “Queremos falar com o mundo inteiro. Quem somos? Quem somos?”, disse.
Mais de 10 anos depois, ele anunciou a fusão do grupo terrorista dele, a Jihad Islâmica Egípcia, com a Al Qaeda, em 1998. “Estamos trabalhando com o irmão Bin Laden. Nós o conhecemos há mais de 10 anos. Lutamos com ele aqui no Afeganistão”, declarou em um vídeo.