A Ucrânia acusou a Rússia de realizar ataques que mataram 14 civis em áreas próximas à central nuclear de Zaporizhzhia, controlada pelas forças da Rússia desde março. O G7 — grupo das principais economias do mundo — afirmou que o controle russo da central nuclear, a maior da Europa, "coloca a região em perigo".
Dnipropetrovsk, a área bombardeada durante a madrugada, é uma região no centro-este ucraniano até agora relativamente segura, para onde civis do Donbass (leste) estão sendo levados. Rússia e Ucrânia se acusam mutuamente pelos ataques aos arredores da central nuclear que deixaram 11 feridos, cinco em estado grave, informaram as autoridades.
"Passamos uma noite horrível (...) É muito difícil retirar os corpos dos escombros", afirmou o governador Valentin Reznichenko em uma mensagem divulgada no Telegram. "Peço que todos sigam para locais seguros durante o ataque aéreo (...) Não deixem que os russos os matem", acrescentou.
O balanço inclui também uma mulher que morreu no bombardeio de Kushuhum, uma cidade na região de Zaporizhzhia. O chefe do conselho regional, Mikola Lukashuk, disse que os ataques afetaram diretamente uma estação elétrica local, deixando milhares de pessoas sem eletricidade.
Morador de Zaporizhzhia, o advogado Hryhorii Nemchenko, 31 anos, disse ao Correio que as tropas russas alvejaram a infraestrutura próxima à central nuclear, mas garantiu que a situação está sob controle. "No entanto, há tensão na cidade. O perigo nuclear paira sobre a Ucrânia e sobre toda a Europa. Afinal, a central de Zaporizhzhia é controlada por forças de ocupação, que não entendem a escala de um possível desastre atômico. Esta é a maior usina nuclear da Europa", observou. "Acho que Moscou utiliza a usina como ferramente de chantagem. Isso porque parte da Rússia também sofreria as consequências do vazamento de radiação."
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Medo
As tensões reavivaram o fantasma da catástrofe de Chernobyl, o pior acidente nuclear da história, que aconteceu em 1986 em uma central soviética no território da Ucrânia. A operadora ucraniana Energoatom afirmou que as forças russas tentavam restabelecer a conexão terrestre entre a central de Zaporizhzhia e a Crimeia.
Os bombardeios em Dnipropetrovsk foram lançados um dia depois de uma grande explosão em um aeródromo militar na península da Crimeia, anexada por Moscou em 2014. Moscou insiste que as explosões foram causadas por munições e não por tiros ucranianos. Kiev não desmentiu até agora essa versão.
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