GUERRA NA UCRÂNIA

Zelensky e Bolsonaro conversam

Em postagem numa rede social, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, relatou, ontem, ter falado por telefone com o presidente Jair Bolsonaro. "Informei sobre a situação no front da guerra. Discutimos a importância de retomar as exportações de grãos para evitar uma crise alimentar global provocada pela Rússia. Apelo a todos os parceiros para que se juntem às sanções contra o agressor", destacou o líder ucraniano.

No domingo, Bolsonaro disse a jornalistas que daria sua opinião sobre a guerra a Zelensky, caso solicitado. "Eu não sei o que ele vai falar comigo, (...), mas eu pretendo falar pra ele o que eu acho, se ele perguntar pra mim alguma coisa, de onde podemos colaborar, eu vou dar a minha opinião, só vou dar se ele pedir", disse. "O que eu posso adiantar pra vocês, por telefone vai estar (sic.) eu, o ministro e intérprete, mais ninguém", antecipou.

Embora o Brasil tenha endossado moções de repúdio à Rússia pela invasão à Ucrânia, Bolsonaro preferiu adotar posição de "neutralidade" no conflito. Em entrevistas e lives, costuma destacar a preocupação com a diminuição na oferta de trigo no mercado mundial e conta com a Embrapa para diminuir a dependência do País das importações da commodity.

A poucos dias de a invasão a Ucrânia completar cinco meses, Moscou intensifica a ofensiva em Toretsk, no leste do país. Ontem, num bombardeio atribuído aos russos, seis pessoas morreram. O ataque coincidiu com uma reunião em Bruxelas, em que os ministros das Relações Exteriores da União Europeia (UE) planejam aumentar a pressão contra a Rússia com novas sanções.

Também foram registrados ataques em Mykolaiv e na região de Odessa, no sul da Ucrânia, e em Nikopol, no centro do país, às margens do Rio Dnieper.

Em Moscou, o porta-voz do Ministério da Defesa da Rússia, Igor Konashenkov, informou que 250 "mercenários estrangeiros" foram mortos em um bombardeio ordenado pelo Kremlin na cidade de Kostyantynivka, em Donetsk, sem dar mais detalhes.

Em meio à guerra, o presidente russo, Vladimir Putin, conversará hoje com seus homólogos iranianos e turcos, em Teerã, sobre a Síria, outro conflito no qual Moscou está envolvido. Será a segunda viagem de Putin ao exterior desde o início da ofensiva na Ucrânia. Rússia e Irã apoiam o governo de Bashar al-Assad, enquanto Ancara apoia os rebeldes.