Vários países da Europa Ocidental, entre eles França e Espanha, continuam lutando contra devastadores incêndios florestais, deflagrados por uma onda de calor que pode bater recordes de temperatura nos próximos dias. Segundo os cientistas, existe uma relação direta entre as ondas de calor e a mudança climática — as emissões de gases de efeito estufa aumentam sua intensidade, duração e frequência.
Ontem, na Espanha, cerca de 20 incêndios florestais estavam ativos e fora de controle em diferentes pontos do país, do sul ao norte. Na Galícia (noroeste), os incêndios destruíram cerca de 4,5 mil hectares durante a semana, segundo as autoridades. E, na província de Málaga, na Andaluzia (sul), os bombeiros conseguiram estabilizar um incêndio na na serra de Mijas, que destruiu ao menos 2 mil hectares, relataram autoridades locais. Além disso, as chamas forçaram cerca de 3 mil pessoas a deixarem suas casas. Em torno de 2 mil conseguiram retornar.
Don Benito, perto de Badajoz (oeste), registrou a temperatura mais alta da Espanha até o momento, com 43,4ºC. Em Torrejón de Ardoz, perto de Madri, um homem de 50 anos morreu afetado pelo calor.
Em Portugal, país vizinho, apenas um grande incêndio é considerado ativo, perto do município de Chaves, no extremo-norte. Está "praticamente controlado" em 90% de seu perímetro, segundo a Defesa Civil. Quase todo território português apresentava um risco "máximo", "muito alto", ou "elevado" de registrar novos incêndios ontem, especialmente nas regiões centro e norte. Os incêndios deixaram dois mortos e cerca de 60 feridos. As chamas destruíram 12 mil hectares.
No sudoeste da França, os bombeiros continuam lutando contra dois incêndios que devastaram em torno de 11 mil hectares na região de Bordeaux. As autoridades preveem que hoje será o "dia mais quente para o oeste do país", com temperaturas que podem ultrapassar os 40ºC.