Um tribunal francês condenou nesta terça-feira (12) o ex-prefeito ruandês Laurent Bucyibaruta a 20 anos de prisão por cumplicidade no genocídio de 1994 do grupo étnico tutsi em Ruanda.
O ex-político, de 78 anos, foi absolvido como autor do genocídio, mas declarado culpado como cúmplice por crimes contra a humanidade por quatro massacres, após onze horas de audiência.
Bucyibaruta, que estava sob controle judicial desde 9 de maio, foi escoltado por seguranças e passará a noite na prisão. Ele tem dez dias para recorrer da sentença.
Durante o julgamento, o ex-prefeito insistiu que "nunca" esteve "do lado dos assassinos".
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A promotoria havia pedido prisão perpétua contra Bucyibaruta, considerando-o cúmplice de um massacre e autor de outros quatro em Gikongoro, sua prefeitura.
Essa região do sul de Ruanda foi uma das mais atingidas pelo genocídio, no qual pelo menos 800 mil pessoas foram mortas entre abril e julho de 1994, segundo a ONU.
O tribunal absolveu integralmente o ex-prefeito das acusações de genocídio e crimes contra a humanidade cometidos na paróquia de Kibeho em 14 de abril de 1994, bem como das execuções de prisioneiros tutsis na prisão de Gikongoro.
Mas a justiça o reconheceu como cúmplice de genocídio e crimes contra a humanidade nos massacres da escola técnica de Murambi e nos cometidos nas paróquias de Cyanika e Kaduha em 21 de abril de 1994.
Bucyibaruta também foi condenado por cumplicidade no caso das execuções de estudantes da escola Marie Merci em Kibeho e nos crimes cometidos durante as buscas aos tutsis e nas barreiras de estrada.