O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, anunciou nesta quinta-feira (7/7) sua renúncia como líder do Partido Conservador, mas permanecerá no posto de chefe de Governo até a escolha de seu sucessor, que deve ocorrer no fim de setembro.
Três anos depois de chegar ao poder, Johnson, de 58 anos, se viu obrigado a renunciar depois de perder o apoio do partido devido a uma série de escândalos. "É claramente agora a vontade do Partido Conservador no Parlamento que deve haver um novo líder e, portanto, um novo primeiro-ministro", disse ele em um pronunciamento.
A renúncia vem após Johnson enfrentar uma pressão dentro do partido para deixar o cargo. A crise foi desencadeada pela nomeação de Chris Pincher, do Partido Conservador, para um cargo no governo em 2019, mesmo após Johnson ser informado de uma queixa contra Pincher por assédio sexual.
Pincher deixou o cargo no último dia 30 de junho, após relatos de que ele teria apalpado dois homens em um clube em 2019. Outras denúncias de assédio também foram tornadas públicas envolvendo ele.
Nesta semana, o governo mudou as versões sobre o conhecimento que Johnson tinha sobre as denúncias. Inicialmente, foi falado que o primeiro-ministro não tinha conhecimento sobre o caso. Porém, o ex-diplomata Lord McDonald disse que Johnson foi avisado pessoalmente sobre as denúncias em 2019. O governo então admitiu que ele tinha sido avisado sobre o caso, porém, disse que não lembrava.
Na terça-feira (5/7), dois ministros do governo renunciaram aos cargos, o da Saúde, Sajid Javid, e o das Finanças, Rishi Sunak. Além deles, mais de 40 membros do partido e do governo de Johnson pediram para deixar os cargos.
*Com informações da AFP