Única esperança
"Se o premiê Boris Johnson pedisse à rainha Elizabeth II a convocação de eleições gerais anteciadas, isso seria amplamente interpretado como abuso constitucional. Causaria danos eleitorais ao Partido Conservador e, quase certamente, colocaria fim à carreira de Johnson, além de danificar ainda mais sua reputação. Como ele não convocará eleições, parece que sua única esperança é a de que o partido, por algum motivo, não o remova antes do recesso de verão e que algo aconteça que o tire das atuais dificuldades."
Diretor do Departamento de Economia Política do King's College London.
Por Anthony Glees
Risco de aniquilação
"Se o Partido Conservador não se livrar rapidamente de Boris Johnson, enfrentará o próprio aniquilamento a partir de suas estruturas internas. Em sua maioria, os cidadãos britânicos são decentes e não se deixarão serem enganados. O primeiro-ministro poderá tentar envolver a rainha Elizabeth II e, na teoria, dissolver o Parlamento, a fim de convocar eleições gerais antecipadas. Mas, não acho que isso acontecerá, pois ele não tem mais maioria parlamentar. Não descarto um racha dentro do Partido Conservador."
Professor emérito da Universidade de Buckingham (Reino Unido)
Por Nick Turnbull
Sem sobrevivência
"Não há chance de Johnson sobreviver como primeiro-ministro. Ele pode se agarrar ao pretexto de que o Comitê de 1922 (do Parlamento) não iniciou uma moção de confiança e que não pode fazê-lo até junho de 2023. No entanto, os parlamentares podem mudar as regras, e manobras estão a caminho para obter os votos nesse sentido. O apoio de Johnson dentro do partido acabou. Sua coalizão eleitoral ruiu nas eleições, com assentos perdidos à esquerda para os trabalhistas e à direita para os liberais democratas."