Guerra na Ucrânia

Ucrânia e aliados estabelecem bases da reconstrução no pós-guerra

A perspectiva de receber bilhões de dólares em ajuda é, no entanto, uma preocupação, devido à corrupção endêmica no país

A Ucrânia e seus aliados chegaram a um acordo nesta terça-feira (5/7) sobre os princípios que deverão orientar a reconstrução do país após a guerra, os quais incluem a luta contra a corrupção e a implementação de reformas.

Líderes políticos, representantes de instituições internacionais e empresários estão reunidos desde segunda-feira (4) em Lugano, no sul da Suíça, para reiterar seu apoio à Ucrânia e estabelecer as bases para a reconstrução do país - uma tarefa "colossal", nas palavras do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.

À frente da delegação ucraniana em Lugano, o primeiro-ministro Denis Shmigal estimou, ontem, que serão necessários pelo menos US$ 750 bilhões para reconstruir o país.

"Concluímos uma primeira etapa no longo caminho para a reconstrução da Ucrânia", afirmou o presidente suíço, Ignazio Cassis, que copreside a conferência.

"Nosso trabalho prepara para o período do pós-guerra, mesmo que o conflito continue", acrescentou.

"Devemos fazer de modo que tudo que foi destruído seja melhor do que era antes", disse o primeiro-ministro ucraniano.

A Declaração de Lugano afirma que seus signatários "se comprometem, plenamente, a apoiar a Ucrânia ao longo de sua trajetória" e reconhecem que o próprio país deve estar à frente da reconstrução.

A perspectiva de receber bilhões de dólares em ajuda é, no entanto, uma preocupação, devido à corrupção endêmica no país.

O documento destaca que "o processo de recuperação deve contribuir para acelerar, aprofundar, ampliar e alcançar os esforços de reforma, (...) deve ser transparente e prestar contas ao povo ucraniano".

O texto insiste em que o processo deve ser "inclusivo e garantir a igualdade de gênero" e pede que a reconstrução da Ucrânia seja "sustentável".

O primeiro-ministro ucraniano observou que seu país está pronto para agir rapidamente.

"Quando dizemos que estamos preparados para agir com rapidez, estamos falando sério", frisou.

Ele também celebrou o fato de duas conferências de acompanhamento já estarem previstas: uma, liderada pela União Europeia, em alguns meses; e uma nova conferência sobre a reconstrução da Ucrânia, no Reino Unido, no ano que vem.

"Estou convencido de que, dentro de um ano, não falaremos mais de um rascunho de plano, mas de resultados, de projetos bem-sucedidos e de oportunidades concretizadas", reforçou Chmygal.

Saiba Mais