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EUA afirma que Israel provavelmente matou jornalista sem intenção

A morte de Abu Akleh provocou comoção no Oriente Médio. A Autoridade Palestina alegou que foi um crime de guerra

Os Estados Unidos disseram nesta segunda-feira (4) que a jornalista Shireen Abu Akleh, da televisão Al-Jazeera do Catar, provavelmente foi morta por tiros que partiram de posições israelenses, mas que não havia razão para acreditar que sua morte foi intencional.

De acordo com um comunicado do Departamento de Estado, não foi possível chegar a uma "conclusão definitiva" sobre a origem da bala - entregue para análise aos Estados Unidos pela Autoridade Palestina (AP) - que matou a jornalista palestina-americana em 11 de maio, enquanto estava em missão em território palestino.

"Os especialistas em balística determinaram que a bala estava gravemente danificada, o que impediu chegar a uma conclusão clara", disse em comunicado o porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price, que indicou que foi feita uma "análise forense extremamente detalhada" com examinadores externos.

Abu Akleh realizava uma cobertura jornalística nas proximidades do campo de refugiados de Jenin, um reduto das facções armadas palestinas na Cisjordânia ocupada, onde as forças israelenses promoviam uma incursão. Seu colega Ali Sammoudi ficou ferido no mesmo incidente.

O Coordenador de Segurança dos EUA (USSC), que dirige a assistência de segurança à Autoridade Palestina em coordenação com Israel, disse que ambos os lados concederam acesso total às suas respectivas investigações nas últimas semanas.

"Ao finalizar ambas as investigações, o USSC concluiu que o disparo de posições da IDF foi provavelmente responsável pela morte de Shireen Abu Akleh", disse, referindo-se às Forças de Defesa de Israel.

"O USSC não encontrou motivos para acreditar que foi intencional, mas sim o resultado de circunstâncias trágicas durante uma operação militar liderada pelas IDF contra facções da Jihad Islâmica Palestina", afirmou.

A morte de Abu Akleh provocou comoção no Oriente Médio. A AP alegou que foi um crime de guerra, provocando uma negação de Israel, aliado próximo dos EUA que o presidente Joe Biden deve visitar em duas semanas.

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Segundo investigações da AP e das Nações Unidas, os jornalistas foram vítimas de disparos de forças israelenses, que, no entanto, rejeitaram essa versão. Abu Akleh usava um colete à prova de balas com a palavra "imprensa" e um capacete, mas a bala a atingiu logo abaixo.

"Continuamos comprometidos com Israel e a Autoridade Palestina para os próximos passos e exigimos responsabilidade. Mais uma vez, oferecemos nossas mais profundas condolências à família de Abu Akleh", disse o comunicado dos EUA.

As conclusões americanas imediatamente deram origem a reações contrastantes: o Estado judeu insistiu no fato de ter ele próprio realizado um exame da bala, na presença de oficiais americanos, embora a Autoridade Palestina tenha se recusado a confiar-lhe o projétil, enquanto Ramallah denunciou uma tentativa de "esconder a verdade".

"Não aceitamos tentativas de esconder a verdade e não temos medo de acusar Israel (...) que tem responsabilidade pelo assassinato de Shireen Abu Akleh", comentou no Twitter o ministro palestino de Assuntos Civis, Hussein al-Sheikh.

O Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos concluiu em 24 de junho a responsabilidade do Exército de Israel, mas também excluiu um tiro deliberado.

Por sua vez, a família da jornalista se disse "chocada" com a falta de conclusão sobre a origem do tiro, em um comunicado de imprensa compartilhado no Twitter.

 

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