Em meio ao auge de versões sobre o envolvimento crescente de Bielorrússia, aliado da Rússia, na guerra, o presidente Alexander Lukashenko disse, ontem, que seu Exército interceptou mísseis lançados da Ucrânia contra seu país. "Eles nos provocam. Devo dizer que, há cerca de três dias, talvez mais, tentaram bombardear diretamente da Ucrânia alvos militares aqui. Graças a Deus, nossos sistemas antiaéreos Pantsir interceptaram todos os mísseis disparados", disse Lukashenko, citado pela agência estatal bielorrussa Belta.
"Repito, como disse há mais de um ano: não pretendemos lutar na Ucrânia", assinalou o presidente bielorrusso. "Iremos combater em apenas um caso: se vocês entrarem em nossa terra, se matarem nossa gente", continuou. Lukashenko também afirmou que responderia "instantaneamente" a qualquer ataque inimigo, em mensagem visivelmente destinada a Kiev e aos países ocidentais. "Há menos de um mês, ordenei a nossas Forças Armadas que mantenham na mira os centros de decisão de suas capitais", declarou, mencionando os mísseis prometidos por Putin e o sistema lançador de foguetes bielorrusso Polonez.
Na semana passada, o presidente russo, Vladimir Putin, anunciou que entregará mísseis Iskander-M, capazes de transportar ogivas nucleares, ao aliado "nos próximos meses". Desde o início da ofensiva contra a Ucrânia, em 24 de fevereiro, a Bielorrússia serviu como base de retaguarda para as forças de Putin. Nos primeiros dias, as colunas moscovitas que tentaram avançar para Kiev partiram do país aliado, mas encontraram uma resistência inesperada, que os obrigou a se retirar. O governo de Lukashenko enfrenta duras sanções internacionais e é altamente dependente da Rússia no campo militar e econômico.