Forças russas estão atacando a cidade de Lysychansk e arredores, na tentativa de tomar o último ponto de resistência na província de Luhansk, no leste da Ucrânia, segundo informações divulgadas neste sábado pelo governador da província, Serhiy Haidai.
Combatentes ucranianos há semanas tentam defender a cidade e impedir que ela caia nas mãos de forças russas, como ocorreu com a vizinha Sievierodonetsk há uma semana. O Ministério da Defesa russo afirmou que seu exército assumiu o controle de uma refinaria de petróleo em Lysychansk nos últimos dias, mas Haidai disse na sexta-feira que a luta pela instalação continua.
Luhansk e a vizinha Donetsk são as duas províncias que compõem a região de Donbas, onde a Rússia concentrou sua ofensiva desde que se retirou da norte da Ucrânia e da capital, Kiev. Separatistas pró-Rússia ocupam partes das duas províncias desde 2014. Moscou reconhece Luhansk e Donetsk como repúblicas soberanas e o governo da Síria afirmou, na quarta-feira, que também reconhecerá "a independência e a soberania" das duas áreas e trabalhará para estabelecer relações diplomáticas com os separatistas.
Na importante cidade de Slovyansk, na província de Donetsk, ainda sob controle ucraniano, quatro pessoas morreram após ataques de forças russas na sexta-feira, segundo informações divulgadas neste sábado pelo prefeito Vadym Lyakh por meio de sua conta no Facebook. Ele disse que os bairros atingidos não contêm quaisquer alvos militares.
Outro ataque aéreo russo realizado nesta madrugada em uma área residencial na região portuária de Odessa, no sul da Ucrânia, matou 21 pessoas.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, disse que na sexta-feira mísseis anti-navios atingiram um prédio residencial comum, de nove andares, que abrigava cerca de 160 pessoas. "Enfatizo: esta é uma ação deliberada de terror, não um erro ou um ataque de míssil acidental", afirmou Zelenskyy.
O Ministério da Defesa britânico declarou neste sábado que os mísseis anti-navio lançados por via aérea geralmente não têm precisão contra alvos terrestres. A pasta avalia que a Rússia provavelmente usou esses mísseis pela falta de armas mais precisas.
O Kremlin vem reafirmando que militares russos estão mirando locais de armazenamento de combustível e instalações militares, não áreas residenciais, embora mísseis também tenham atingido recentemente um prédio de apartamentos em Kiev e um shopping em Kremenchuk. Neste sábado, o prefeito de Kremenchuk, Vitaliy Maletskyy, disse que o número de mortos no ataque subiu para 21 e que uma pessoa segue desaparecida.