TEMPO

Portugal arde em chamas: centenas deixam casas para trás

Situação mais grave está entre Leiria, Ourém e Pombal, na região central do país, onde estradas foram fechadas e centenas de pessoas tiveram que deixar as casas para trás

Vicente Nunes - Correspondente
postado em 12/07/2022 18:52 / atualizado em 12/07/2022 18:52
 A firefighter works to extinguish a wildfire at Casais do Vento in Alvaiazere on July 10, 2022. - Around 1.500 firefighters were mobilized to put out three wildfires raging for more than 48 hours in central and northern Portugal, as the country was hit by a heat wave that prompted the government to declare a "state of contingency". (Photo by PATRICIA DE MELO MOREIRA / AFP) -  (crédito: PATRICIA DE MELO MOREIRA / AFP)
A firefighter works to extinguish a wildfire at Casais do Vento in Alvaiazere on July 10, 2022. - Around 1.500 firefighters were mobilized to put out three wildfires raging for more than 48 hours in central and northern Portugal, as the country was hit by a heat wave that prompted the government to declare a "state of contingency". (Photo by PATRICIA DE MELO MOREIRA / AFP) - (crédito: PATRICIA DE MELO MOREIRA / AFP)

Lisboa, Portugal — A combinação de temperaturas próximas de 40 graus com baixíssima umidade do ar (13%) está provocando incêndios em várias partes de Portugal. A situação mais grave está entre Leiria, Ourém e Pombal, na região central do país, onde estradas foram fechadas, inclusive as duas principais que ligam Lisboa a Porto (a A1 e a IC2), e centenas de pessoas tiveram que deixar as casas para trás.

Segundo o governo, 32 cidadãos estão feridos. O quadro, segundo a Defesa Civil, é gravíssimo. Para esta quarta-feira (13/07) estão previstos 44 graus em Lisboa e 45 graus em Santarém, nas máximas do dia.

Desde a última segunda-feira (11/03), Portugal está em alerta vermelho. O temor é que se repitam as tragédias de 2017, quando, em apenas uma noite, 66 pessoas morreram queimadas e centenas ficaram feridas. O trauma é grande. Por isso, o comandante nacional de Emergência e Proteção Civil, André Fernandes, pediu ajuda a toda a população para que se previna, pois qualquer descuido será fatal.

  • This photograph shows a house with a burnt yard at Freixianda in Alvaiazere on July 10, 2022. - Around 1.500 firefighters were mobilized to put out three wildfires raging for more than 48 hours in central and northern Portugal, as the country was hit by a heat wave that prompted the government to declare a "state of contingency". (Photo by PATRICIA DE MELO MOREIRA / AFP) PATRICIA DE MELO MOREIRA / AFP
  • Firefighters work to extinguish a wildfire at Casais do Vento in Alvaiazere on July 10, 2022. - Around 1.500 firefighters were mobilized to put out three wildfires raging for more than 48 hours in central and northern Portugal, as the country was hit by a heat wave that prompted the government to declare a "state of contingency". (Photo by PATRICIA DE MELO MOREIRA / AFP) PATRICIA DE MELO MOREIRA / AFP
  • A firefighter works to extinguish a wildfire at Casais do Vento in Alvaiazere on July 10, 2022. - Around 1.500 firefighters were mobilized to put out three wildfires raging for more than 48 hours in central and northern Portugal, as the country was hit by a heat wave that prompted the government to declare a "state of contingency". (Photo by PATRICIA DE MELO MOREIRA / AFP) PATRICIA DE MELO MOREIRA / AFP
  • This photograph shows a burnt area at Freixianda in Alvaiazere on July 10, 2022. - Around 1.500 firefighters were mobilized to put out three wildfires raging for more than 48 hours in central and northern Portugal, as the country was hit by a heat wave that prompted the government to declare a "state of contingency". (Photo by PATRICIA DE MELO MOREIRA / AFP) PATRICIA DE MELO MOREIRA / AFP
  • A firefighter works to extinguish a wildfire at Casais do Vento in Alvaiazere on July 10, 2022. - Around 1.500 firefighters were mobilized to put out three wildfires raging for more than 48 hours in central and northern Portugal, as the country was hit by a heat wave that prompted the government to declare a "state of contingency". (Photo by PATRICIA DE MELO MOREIRA / AFP) PATRICIA DE MELO MOREIRA / AFP
  • This photograph shows smoke rising from a burnt forest area during a wildfire at Casais do Vento in Alvaiazere on July 10, 2022. - Around 1.500 firefighters were mobilized to put out three wildfires raging for more than 48 hours in central and northern Portugal, as the country was hit by a heat wave that prompted the government to declare a "state of contingency". (Photo by PATRICIA DE MELO MOREIRA / AFP) PATRICIA DE MELO MOREIRA / AFP

“A situação é grave do ponto de vista meteorológico. Os incêndios são complexos”, disse, em entrevista.
Somente na região de Freixianda, em Ourém, mais de 300 pessoas foram retiradas de suas residências, dada à violência do fogo, e abrigadas em escolas e clubes. Casas também arderam em Alvaziázere, em Leiria.

“Neste momento, a prioridade é conter os focos de incêndio”, afirmou Fernandes, ressaltando, porém, que a reincidência das queimadas é grande. Por isso, assinalou ele, é fundamental que as evacuações sejam rápidas, para evitar fatalidades. A determinação do governo é de “tolerância zero” com os incêndios, inclusive com a prisão de suspeitos por colocarem fogo, propositalmente, nas regiões de florestas.

Dias complicados

Apesar de todo o esforço que o Corpo de Bombeiros vem fazendo para conter os incêndios, em várias áreas, o combate ao fogo está sendo feito pela própria comunidade. Contudo, a falta de experiência da população contribui para que as chamas de alastrem. Muitas pessoas também se intoxicam com a fumaça, exigindo cuidados especiais em hospitais já sobrecarregados e que sofrem com a falta de médicos e de enfermeiros.

Tanto o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Souza, quanto o primeiro-ministro, António Costa, vêm apelando à população para que tome todos os cuidados necessários para evitar qualquer foco de queimada. As atenções estão voltadas, sobretudo, para as áreas rurais. Com o plano de contingência em andamento, o uso de máquinas agrícolas está proibido. Mas também regiões turísticas, como Algarves e Cascais, estão tomando providências para que nenhum desastre seja registrado. Shows são cancelados ou remanejados de lugar e turistas têm sido alertados para que não descumpram regras de prevenção.

Segundo as autoridades, os próximos dias serão cruciais para Portugal, devido ao aumento da temperatura. Os alertas, no entanto, se estendem para além das fronteiras portuguesas. Na Espanha, a situação também é preocupante, com o calor em níveis assustadores para esse período. A meta é que a União Europeia haja em conjunto para que se evite o pior.

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