O aumento das infecções por covid-19 mostra que a pandemia está "longe de ter terminado", alertou nesta terça-feira (12) a Organização Mundial da Saúde (OMS), que a mantém como uma das maiores emergências de saúde pública internacionais.
"Novas ondas do vírus mostram mais uma vez que a covid-19 está longe de ter terminado", disse o diretor da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em Genebra, nesta terça-feira.
O número de casos notificados à agência das Nações Unidas aumentou 30% nas últimas duas semanas, devido às subvariantes da ômicron - BA.4 e BA.5 - e ao levantamento das medidas sanitárias.
Diante dessa situação e do aumento da pressão sobre os sistemas de saúde, Tedros pediu aos governos que ajam com medidas que já se mostraram eficazes.
"À medida que as hospitalizações e a transmissão da covid-19 aumentam, os governos devem implementar medidas como o uso de máscaras, melhor ventilação e protocolos de detecção e tratamento", acrescentou.
"O vírus corre livre e os países não estão administrando efetivamente a carga da doença em função de sua capacidade", disse ele, referindo-se à hospitalização de pacientes com infecções graves e ao número crescente de pessoas com covid-19 longa.
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"Incerto e imprevisível"
O comitê de emergência covid-19 da OMS se reuniu na sexta-feira por videoconferência e determinou que a pandemia continua sendo uma emergência de saúde pública de importância internacional, o nível de alerta máximo da organização por decisão unânime do comitê.
O diretor de emergências da OMS, Michael Ryan, observou durante a reunião que as recentes mudanças nas políticas de testagem estavam dificultando a detecção de novos casos de covid-19 e a evolução do vírus.
O comitê salientou que a diminuição dos testes de detecção e, portanto, do sequenciamento genômico, tornou "cada vez mais" difícil avaliar o impacto das variantes da covid-19.
"Isso impossibilita avaliar as variantes do vírus que estão circulando atualmente e as novas", disse ele.
Segundo o comitê, a evolução do vírus e as características das novas variantes permanecem "incertas e imprevisíveis".
Doses de reforço
O comitê também observou o recente aumento no número de casos de covid-19 em diferentes regiões do mundo, além da falta de medidas de saúde pública adaptadas em regiões afetadas pelo ressurgimento dos casos.
Por sua vez, o escritório europeu da OMS, responsável por 53 países, recomendou uma segunda dose de reforço da vacina contra a covid para idosos e grupos vulneráveis.
Desde o final de maio, o continente europeu registrou um aumento acentuado de infecções.
Em Moscou, por exemplo, capital russa, os casos aumentaram 57% na última semana, segundo as autoridades de saúde, que voltaram a recomendar o uso de máscaras.
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