Tragédia

Centenas de detentos fogem de prisão na Nigéria após ataque do Boko Haram

No ano passado, mais de 1.800 detentos fugiram, depois que homens fortemente armados bombardearam uma prisão no sudeste do país

Agência France-Presse
postado em 06/07/2022 12:33
 (crédito: Kola Sulaimon / AFP)
(crédito: Kola Sulaimon / AFP)

Abuja, Nigéria -  Homens armados suspeitos de pertencerem ao grupo jihadista Boko Haram atacaram com explosivos uma prisão perto de Abuja, capital da Nigéria, na noite de terça-feira (5/7), e soltaram centenas de detentos - anunciou o governo nesta quarta (6/7).

Moradores locais disseram ter ouvido grandes explosões na noite de ontem perto do presídio de segurança média de Kuje, nos arredores de Abuja.

"O que sabemos é que eles são Boko Haram. Vieram especificamente para buscar seus coconspiradores", declarou o secretário do Ministério do Interior, Shuaibu Belgore, à imprensa.

"Por enquanto, recuperamos cerca de 300 dos 600 que saíram das celas da prisão", relatou, acrescentando que alguns dos detentos se entregaram, e outros foram capturados.

Um segurança foi morto no ataque, informou o porta-voz do serviço penitenciário Abubakar Umar.

De acordo com Umar, estão sendo feitas tentativas para determinar o número exato de presos ainda foragidos.

Este é o mais recente de uma longa série deste tipo na Nigéria, o país mais populoso da África, onde as prisões costumam sofrer de excesso de lotação.

No ano passado, mais de 1.800 detentos fugiram, depois que homens fortemente armados bombardearam uma prisão no sudeste do país.

Poucas horas antes do ataque à prisão de Kuje, homens armados fizeram uma emboscada para um comboio dos serviços de segurança do presidente Muhammadu Buhari perto de sua cidade natal, Daura, no noroeste.

O presidente não estava presente neste ataque que deixou dois agentes levemente feridos. A identidade dos autores é desconhecida até o momento.

Buhari deve viajar para esta localidade no fim de semana, por ocasião de um feriado muçulmano.

As forças de segurança se encontram mobilizadas em várias frentes no país. No nordeste, uma insurreição jihadista causa estragos desde 2009; no noroeste e no centro, operam várias gangues criminosas; e, no sudeste, há mobilizações separatistas.

 

 

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