Os países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) vão lançar na próxima terça-feira (5/7) o processo formal de ratificação da adesão da Suécia e da Finlândia à aliança militar transatlântica.
"Os aliados assinarão os protocolos de adesão" dos suecos e finlandeses, anunciou a Otan em comunicado nesta segunda-feira (4).
A ministra das Relações Exteriores da Suécia, Ann Linde, e seu colega finlandês, Pekka Haavisto, participaram hoje de reuniões de última hora na sede da Otan em Bruxelas sobre a assinatura dos protocolos agendada para amanhã.
O anúncio da intenção da Suécia e da Finlândia de aderir à poderosa aliança militar provocou um veto inicial da Turquia, membro essencial do bloco, que finalmente deu seu acordo de princípio.
Desde meados de maio, Ancara bloqueava o processo de adesão dos dois países, acusando-os de proteger combatentes curdos do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) e das Unidades de Proteção do Povo (YPG), que considera organizações terroristas.
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Durante a cúpula da Otan há uma semana em Madri, a Turquia apresentou uma série de exigências para permitir a adesão dos suecos e finlandeses, e deixou claro que isso só acontecerá se os dois países cumprirem os compromissos negociados.
Desta forma, a Turquia aceitou que a Otan desse os primeiros passos no lançamento formal do processo de adesão, embora o presidente Recep Tayyip Erdogan tenha alertado sobre as condições negociadas para que isso aconteça.
Para contornar o veto turco, o governo sueco prometeu extraditar 73 "terroristas" de volta para a Turquia.
"Eles vão devolvê-los, prometeram. Está nos documentos escritos. Eles vão cumprir sua promessa", disse Erdogan, sem mais detalhes.
A Turquia pede há vários anos em Estocolmo a extradição de ativistas curdos e pessoas próximas ao movimento fundado pelo clérigo Fethullah Gülen, acusado pelas autoridades turcas de promover a tentativa de golpe de julho de 2016.
Suécia e Finlândia são membros da União Europeia, mas o acordo assinado em Madri "só diz respeito a esses três países", disse Nabila Massrali, porta-voz do chefe da diplomacia europeia Josep Borrell.
Segundo Massrali, "a Turquia tem uma ampla interpretação de sua legislação antiterrorista e aproveita a oportunidade para prender todos aqueles que se manifestam criticamente, sejam eles jornalistas, advogados, defensores dos direitos humanos".
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