Uma denúncia por tentativa de estupro foi apresentada nesta segunda-feira (27) por uma deputada contra o ministro francês da Solidariedade, Damien Abad.
Trata-se da terceira mulher a acusar o ministro de violência sexual.
Em 20 de maio, um dia após a nomeação de Abad como ministro da Solidariedade, Autonomia e Pessoas com Deficiência, duas mulheres, citadas pelo site de investigação Mediapart, acusaram o novo ministro de tê-las estuprado em 2010 e 2011.
Uma delas havia apresentado duas denúncias, que foram arquivadas. Para a outra, um relatório havia sido feito pelo Observatório de Violência Sexista e Sexual, mas a Promotoria de Paris havia indicado que não abriria uma investigação por falta de "elementos que permitissem identificar a vítima dos fatos denunciados".
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A Promotoria de Paris confirmou à AFP que recebeu uma denúncia nesta segunda-feira por tentativa de estupro contra Abad, revelada pelo Mediapart, especificando que estava "atualmente sendo analisada".
Ela foi apresentada por uma "centrista eleita", que acusa Abad de tentativa de estupro durante uma festa organizada em sua casa em Paris no primeiro semestre de 2010.
"Mais uma vez, contesto veementemente qualquer acusação de tentativa de estupro ou agressão sexual", disse Abad em uma declaração escrita enviada à imprensa.
"Não vou deixar sem resposta essas acusações falsas e ultrajantes (...) Pedi aos meus advogados que fizessem uma queixa por denúncia caluniosa", acrescentou.
Em meados de junho, Mediapart publicou o testemunho desta mulher sob o nome falso de "Laëtitia". Ela era então presidente de uma federação do movimento juvenil Nouveau Centro (Centro Novo), da qual o Abad, eurodeputado, foi presidente nacional.
Na noite dos acontecimentos, segundo seu relato, Damien Abad "ofereceu-lhe um copo" no fundo do qual ela viu "algo": desconfiada, foi cuspir no vaso sanitário.
Ainda segundo ela, Abad estava à sua espera atrás da porta e tudo correu "muito depressa": o eurodeputado a teria "empurrado para um quarto em frente" e depois tentado forçá-la a fazer sexo oral.
"Eu estava com medo, fiquei pasma. Lutei, bati no estômago dele", contou.
"Laëtitia" diz que finalmente conseguiu "se livrar" de seu suposto agressor e deixou o quarto graças à irrupção de um convidado.
De acordo com o Mediapart, os fatos relatados por esta mulher são "sustentados pelos testemunhos de oito pessoas, a quem confidenciou ou que presenciaram a história", e que o site alega ter contactado.