Autoridades da Marinha colombiana que monitoram um naufrágio espanhol histórico carregado de tesouros encontraram destroços de outros dois navios na mesma região.
O galeão San José foi afundado no mar do Caribe por corsários britânicos em 1708 perto do porto de Cartagena. Com ele, quase 600 pessoas desapareceram e o que se estima serem bilhões de dólares em ouro, prata e esmeraldas que os espanhóis transportavam das colônias na América do Sul para a Europa.
Descrito como o "Santo Graal dos naufrágios", pela imensa quantidade de objetos de valor que carregava, ficou perdido no fundo do oceano por três séculos quando, em 2015, o governo colombiano anunciou que ele havia sido encontrado.
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Agora, um veículo operado remotamente que monitorava os destroços localizou outros dois naufrágios próximos.
"Temos duas outras descobertas na mesma área, que mostram outras linhas para a exploração arqueológica", disse o almirante Gabriel Pérez, o comandante da Marinha. "O trabalho está apenas começando."
As imagens feitas pela equipe de monitoramento dão uma visão mais clara do tesouro a bordo do San José, incluindo lingotes e moedas de ouro, canhões feitos em Sevilha em 1655 e um aparelho de jantar chinês intacto — arqueólogos estão trabalhando para descobrir a origem dos pratos com base nas inscrições visíveis, afirmaram as autoridades.
Em uma coletiva de imprensa nesta terça (7/6), o presidente da Colômbia, Iván Duque, exibiu as imagens inéditas, obtidas a mais de mil metros de profundidade. Segundo ele, uma das embarcações é do período colonial e outra, já da fase republicana do país.
Além delas, a Marinha teria conseguido localizar "uma dezena de embarcações similares", disse o presidente.
Por que o tesouro do San José está submerso até hoje?
O galeão San José está no centro de uma longa disputa legal — a razão que explica porque, até hoje, o tesouro localizado em 2015 ainda se encontra no fundo do mar.
A Espanha o reivindica — assim como o tesouro — como um "navio do Estado", já que ambos pertenciam à marinha espanhola quando foram afundados e são protegidos como tal pelas regras das Nações Unidas.
Já a Colômbia argumenta que ele se encontra dentro de suas águas territoriais e que foi descoberto pela Marinha do país.
E eles não são os únicos: a empresa americana Sea Search Armada, que participou da parceria público-privada que localizou os destroços em 2015, alega que o governo do então presidente Juan Manuel Santos havia prometido dar parte do tesouro como pagamento pelo serviço.
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