Los Angeles, Estados Unidos - Grupos de trabalho da sociedade civil começaram a finalizar as propostas - sobre clima, internet ou migração - que apresentarão aos governos para que sejam incluídas nas conclusões da Cúpula das Américas, que começou na segunda-feira em Los Angeles.
"A sociedade civil terá um papel de protagonista na cúpula", repete há semanas o chefe da diplomacia dos Estados Unidos para as Américas, Brian Nichols.
Nos grupos de trabalho, os ativistas estabelecem as recomendações que pretendem sugerir aos governos para tentar influenciar os documentos finais do evento regional.
"A sociedade civil faz parte do trabalho que os governos locais não fazem; quando há mudança de governo, socialista ou não, tudo muda. Então quem dá continuidade aos projetos? Sem a sociedade civil não funcionaria", disse o professor universitário venezuelano Régulo Lugo, da ONG Gente de Soluções.
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Os ativistas trabalham há vários meses em temas como saúde, clima, transformação digital ou governança democrática.
"Para começar, nós queremos a aplicação das leis que existem na área ambiental, porque se não forem aplicadas, para que servem?", questionou Dallys Gutiérrez, porta-voz da Mesoamérica, à AFP.
Sua colega Laura Azucena Rossi disse que em alguns momentos os governos colocam em seus sites que fazem isto ou aquilo por causa do clima e quando você vai ver, acontece que não foi ratificado".
O uso da internet por parte de alguns governos gera preocupação.
"É muito importante que os governos antidemocráticos não usem a internet como um meio para oprimir as pessoas como na Nicarágua, na Venezuela e em outros países", disse à AFP Rommel López, porta-voz da sociedade civil para a questão digital.
Para evitar o cenário, as organizações civis propõem um observatório de transformação digital, informou Mariano Mosquera, porta-voz do grupo da América do Sul para o tema.
Os debates prosseguirão nesta terça-feira sobre governança democrática e migração. Na quarta-feira, os grupos devem expor seus pontos de vista durante o Diálogo entre a sociedade civil e representantes de alto escalão dos governos.
Rossi deseja mais peso para a sociedade civil na tomada dae decisões.
A Cúpula das Américas começou na segunda-feira em meio a turbulências após a exclusão de Cuba, Nicarágua e Venezuela, assim como a desistência do presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, de participar na reunião.