Aconteceu de novo. Foi o terceiro tiroteio em massa a atingir os Estados Unidos em um intervalo de 18 dias. Dessa vez, o alvo foi uma unidade de saúde. Por volta das 16h50 de ontem (18h50 em Brasília), um homem armado com um rifle e uma pistola invadiu um dos edifícios do complexo do St Francis Hospital, em Tulsa (Oklahoma), matou pelo menos quatro pessoas e deixou feridos. Depois, tirou a própria vida. "O cenário é catastrófico", desabafou Richard Meulenberg, capitão da polícia de Tulsa, em entrevista aos repórteres, do lado de fora do Prédio Médico Natalie, que abriga consultórios.
A polícia fez uma varredura em cada andar para retirar os feridos. De acordo com Meulenberg, havia "centenas de pessoas dentro do prédio", o qual concentra "centenas de salas". Um sobrevivente foi encontrado escondido dentro de um armário. Eric Dagleish, vice-chefe do Departamento de Polícia de Tulsa, afirmou que ainda não estava claro se o assassino tinha alvo específico. Até o fechamento desta edição, a identidade do atirador não havia sido divulgada — seria um homem entre 35 e 40 anos.
O presidente dos EUA, Joe Biden, recebeu informações em tempo real sobre a tragédia. Horas antes, o democrata divulgou comunicado sobre o 101º aniversário do massacre racial ocorrido em Tulsa — em 1º de junho de 1921, pelo menos 300 negros foram mortos durante um ataque realizado por uma multidão de brancos. As autoridades não disseram se o tiroteio em massa de ontem tem ligação com a data.
Em 14 de maio, um supremacista branco de 18 anos entrou em um supermercado da cidade de Buffalo, no estado de Nova York, matou 10 pessoas e feriu três — 11 das 13 vítimas eram negros. O assassino identificado como Payton Gendron, 18 anos, colocou uma câmera no capacete e transmitiu o massacre pela internet. Ele responderá pelos crimes de terrorismo doméstico e assassinato de primeiro grau. Dez dias depois, Salvador Ramos, 18, executou 19 crianças e duas professoras de uma escola primária em Uvalde, no Texas. Ontem, as autoridades de Uvalde admitiram que a demora de mais de uma hora na intervenção da polícia ocorreu porque um agente tentava "negociar" com o atirador.