Após 91 anos, a Justiça dos Estados Unidos anulou a condenação de um adolescente negro do condado de Delaware, na Pensilvânia. Alexander McClay Williams, que tinha 16 anos, foi executado em 1931 pelo suposto assassinato de uma mulher.
A condenação dele foi tomada por um júri totalmente branco em apenas quatro horas. Na época, Alexander se tornou a pessoa mais jovem a ser condenada a morte na Pensilvânia.
A família sempre insistiu que ele era inocente e esta semana eles conseguiram reverter a condenação com a ajuda de Sam Lemon, bisneto do advogado que o representou no julgamento, o primeiro advogado negro do condado.
“Estou feliz que finalmente acabou como deveria. Nós só queríamos que isso fosse derrubado, porque sabíamos que ele era inocente, e agora queremos que todos saibam disso também”, disse a irmã de Alexander, Susie Williams-Carter, de 92 anos, ao The Philadelphia Inquirer.
O procurador distrital do condado de Delaware, Jack Stollsteimer, disse em comunicado que o caso foi arquivado e que a decisão “é um reconhecimento de que as acusações contra ele nunca deveriam ter sido feitas”.
O crime
Vida Robare foi encontrada morta dentro de uma escola com 47 facadas. O ex-marido dela foi quem avisou a polícia sobre a morte. Ele foi a última pessoa a ser vista com ela, apesar disso, foi rapidamente descartado como suspeito na investigação.
Williams foi acusado logo depois. Ele estudava na escola onde o crime ocorreu e tinha passagem pela polícia por um incêndio em um celeiro e um roubo. Ele acabou "confessando" o crime depois de um longo interrogatório sem a presença dos pais ou advogados.
Anos depois, o advogado começou a investigar o caso e viu que Wlliams tinha sido condenado sem provas. Além disso, no momento do crime, ele estava em outro lugar. Até mesmo a bisneta de Robare, Theresa Smithers, que também pesquisou sobre o caso, disse acreditar que Williams não era culpado.
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