Legislativas na França

Coalizão de Macron e esquerda empatam

Correio Braziliense
postado em 13/06/2022 00:01

Antes mesmo de ser finalizada — o resultado virá do segundo turno, no próximo domingo —, a eleição para renovar o Senado na França é considerada uma derrota para o presidente Emmanuel Macron. Na primeira fase da disputa, a coalizão do centrista empatou em número de votos com a aliança da esquerda — 26%, segundo dados oficiais —, configurando um cenário que pode levar o governo a perder a maioria absoluta na Assembleia Nacional.

O resultado era esperado e, segundo analistas, serve de alerta para o presidente reeleito em abril. "São sete pontos a menos que em 2017, e a maioria absoluta não é uma certeza", disse, em entrevista à rede France 2, o cientista político Brice Teinturier, que avalia que os franceses buscaram "reequilibrar" a eleição presidencial.

São 577 vagas em disputa, e, para conseguir maioria absoluta, é preciso conquistar 289 cadeiras. Sem o controle do Legislativo, Macron será obrigado a negociar com uma maioria relativa ou terá que governar em "coabitação", segundo Dominique Rousseau, professor de direito constitucional na Universidade Panthéon-Sorbonne. "Ele não estabeleceria mais a política da nação, e sim a maioria na Assembleia e o primeiro-ministro que sair dessa", explica.

As pesquisas indicam que a coalizão centrista sairá vitoriosa no segundo turno, mas com um número de cadeiras que pode não ser suficiente. A campanha por um resultado diferente começou ontem mesmo. "Somos a única força política capaz de obter maioria na Assembleia Nacional (...) Apenas nós temos um projeto coerente e responsável. Apelo a todas as forças republicanas a se unirem em torno desse projeto", afirmou a primeira-ministra Elisabeth Borne.

Líder da Nova União Popular Ecológica e Social (Nupes), Jean-Luc Mélenchon também conclamou por esforços para que a coalizão da esquerda saia vitoriosa. "A verdade é que o partido presidencial, neste primeiro turno, está derrotado (...) Eu apelo aos nossos eleitores, em vista desse resultado e da oportunidade extraordinária que ele representa para nossas vidas e o destino da pátria comum, a comparecerem às urnas."

Para a esquerda, Macron foi reeleito não pelo programa de governo, mas porque os franceses tentaram impedir que sua rival de extrema-direita, Marine Le Pen, chegasse ao poder. A sigla de Le Pen, a Reunião Nacional (RN), recebeu ontem 18% dos votos.

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