A polícia indiana informou neste sábado a morte de duas pessoas e a detenção de 130 durante manifestações organizadas por muçulmanos para protestar contra comentários considerados ofensivos ao profeta Maomé feitos por uma funcionária do partido no poder.
Na semana passada, Nupur Sharma, porta-voz do partido nacionalista hindu Bharatiya Janata Party (BJP), do primeiro-ministro Narendra Modi, fez um comentário na televisão sobre a relação entre Maomé e a mais jovem de suas esposas, Aisha, que provocou indignação no mundo islâmico.
Fiéis muçulmanos tomaram as ruas de várias cidades da Ásia após a oração de sexta-feira, a principal da semana para o islã, em resposta aos comentários.
Na cidade de Ranchi, no leste, os manifestantes não seguiram as ordens da polícia e lançaram pedras e garrafas contra as forças de segurança durante a tentativa de dispersão.
"A polícia foi forçada a abrir fogo para dispersar os manifestantes e alguns foram atingidos pelos tiros, o que provocou a morte de duas pessoas", disse à AFP uma fonte policial da cidade.
No norte, no estado de Uttar Pradesh, o chefe de polícia Prashant Kumar anunciou que pelo menos 136 manifestantes foram detidos em seis distritos. A situação continuava tensa neste sábado, segundo moradores entrevistados pela AFP.
O BJP suspendeu a funcionária e divulgou um comunicado em que insiste no respeito do partido a todas as religiões.
Muitos muçulmanos, no entanto, afirmam que se consideram cada vez mais atacados pelo governo nacionalista hindu de Narendra Modi.
De acordo com o censo de 2011, dos mais de 1,3 bilhão de habitantes da Índia, 14,23% eram muçulmanos e 79,80% hindus.
Quase 20 países pediram explicações sobre as declarações de Sharma a diplomatas indianos em seus territórios.
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