O secretário-geral da ONU, António Guterres, alertou, nesta quarta-feira (8/6), que a guerra na Ucrânia pode “desencadear uma onda sem precedentes de fome e miséria” em todo o mundo.
A afirmação foi feita durante o lançamento segundo relatório do Global Grupo de Resposta a Crises sobre Alimentos, Energia e Finanças sobre o conflito na Ucrânia. Segundo o relatório, 94 países que abrigam cerca de 1,6 bilhão de pessoas estão gravemente expostos a pelo menos uma das dimensões da crise (finanças, alimentação ou energia) e são incapazes enfrentá-la. Além disso, depois da África Subsaariana, a América Latina e o Caribe tem o maior número de países que enfrentam aumento nos preços dos alimentos, aumento nos preços da energia e aperto nas finanças, com 19 no total.
O documento pede a estabilização dos preços recordes de alimentos e combustíveis, a implementação de redes de segurança social e o aumento do apoio financeiro aos países em desenvolvimento. "O relatório de hoje deixa claro que o impacto da guerra na segurança alimentar, energia e finanças é sistêmico, severo e acelerado. Está amplificando as consequências de muitas outras crises que o mundo enfrenta: clima, covid-19 e as graves desigualdades globais nos recursos disponíveis para a recuperação da pandemia", disse.
O secretário-geral destacou a alta dos preços dos alimentos e fertilizantes como sinais do impacto do conflito em todo o mundo. O número de pessoas com insegurança alimentar grave dobrou de 135 milhões antes da pandemia para 276 milhões em apenas dois anos. De acordo com a ONU, os efeitos da guerra podem empurrar esse número para 323 milhões.
Situação no Brasil
Em complementação ao tema, vale lembrar que nesta quarta, uma pesquisa, do Instituto Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan), mostrou que o Brasil tem 33 milhões de pessoas passando fome. Além disso, 58,7% da população vivem com algum grau de insegurança alimentar. Este é o pior cenário desde a década de 1990.
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