O ex-presidente de Estados Unidos, Donald Trump, rejeitou, nesta sexta-feira (27/5), controles mais rígidos de acesso às armas de fogo no país, após o massacre em uma escola do Texas, e disse que os cidadãos decentes devem poder se armar para se defender do "mal".
"A existência do mal em nosso mundo não é motivo para desarmar os cidadãos que respeitam a lei", disse Trump aos presentes na convenção anual da Associação Nacional do Rifle (NRA, na sigla em inglês). "A existência do mal é uma das melhores razões para armar os cidadãos que respeitam a lei."
Os comentários de Trump foram feitos durante evento do grupo de lobby em defesa da posse de armas, a NRA, que realiza sua convenção anual em Houston, três dias depois que 19 crianças e duas professoras foram assassinadas a tiros em uma escola de ensino fundamental do Texas, reacendendo o debate sobre o controle de armas no país.
"As diversas políticas de controle de armas promovidas pela esquerda não teriam feito nada para evitar o horror que aconteceu. Absolutamente nada", frisou o ex-presidente.
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Salvador Ramos, de 18 anos, havia adquirido legalmente o fuzil AR-15 que utilizou para cometer o massacre da última terça-feira na Robb Elementary School, em Uvalde, Texas.
Trump leu os nomes das 19 crianças assassinadas, às quais descreveu como vítimas de um "lunático" fora de controle, antes de sugerir que os esforços para aumentar os controles de acesso às armas eram "grotescos".
"Todos devemos nos unir, republicanos e democratas, em todos os estados e em todos os níveis de governo, para finalmente aumentar a segurança de nossas escolas e proteger nossas crianças... O que necessitamos agora é de uma revisão de segurança, de cima em baixo, nas escolas de todo o país", acrescentou.
Muitos oradores que estavam previstos no evento da NRA, incluindo o governador do Texas, o republicano Greg Abbott, desistiram de participar após o massacre em Uvalde.
O presidente Joe Biden, que defende maiores controles de acesso às armas de fogo, comparecerá pessoalmente a Uvalde no domingo, junto de sua esposa Jill, para "se consolar com a comunidade", disseram funcionários da Casa Branca.
A NRA é a organização pró-armas mais influente do país e realiza um intenso lobby em defesa da segunda emenda da constituição, que garante o direito à posse de armas nos Estados Unidos desde 1791.