O técnico do Golden State Warriors, time que está liderando a final da conferência oeste da NBA, Steve Kerr, fez um discurso comovente na noite desta terça-feira (24/5), antes do jogo com o Dallas e após o massacre em uma escola no Texas, nos Estados Unidos, que terminou com 19 crianças mortas e dois professores. O técnico tem uma história pessoal com tiroteios. Em 1984, ela perdeu o pai, morto em Beirute, no Líbano, com dois tiros na cabeça por extremistas islâmicos.
Chorando, Steve Kerr lançou um apelo aos senadores norte-americanos para que eles avaliem a reforma da lei de armas. No ano passado a Câmara aprovou um projeto que prevê a checagem de antecedentes criminais de cidadãos que decidem comprar armas, mas o projeto ainda não foi avaliado pelo Senado. "Eles vão colocar seu próprio desejo de poder antes da vida de nossos filhos, idosos e paroquianos? Porque é assim que parece. É o que fazemos toda semana. Já tive o suficiente", disse em entrevista coletiva antes da partida.
O treinador alertou que, nos últimos dias, este é o terceiro massacre nos Estados Unidos. Em 14 de maio, um ataque a um supermercado deixou 10 mortos, em Buffalo, Nova York. Já no dia seguinte, um ataque a tiros em uma igreja presbiteriana de Laguna Woods, na Califórnia, matou uma pessoa e deixou outras cinco feridas.
"Quando vamos fazer alguma coisa? Estou cansado. Estou tão cansado de vir aqui e oferecer condolências às famílias devastadas lá fora. Estou cansado dos momentos de silêncio. Chega!", desabafou o treinador.
Por fim, ele fez um apelo para que os norte-americanos reflitam sobre estes massacres no país e o que pode ser feito para evitá-los. "Nós vamos jogar hoje à noite, mas eu quero que cada pessoa aqui, cada pessoa ouvindo isso, pense em seu próprio filho ou neto, mãe ou pai, irmã ou irmão. Como você se sentiria se isso acontecesse com você hoje? Não podemos ficar insensíveis a isso. Não podemos sentar aqui e apenas ler sobre isso e ir bem."