Depois de 82 dias, terminou o cerco a combatentes ucranianos entrincheirados no complexo siderúrgico de Azovstal, em Mariupol (sudeste). Os 264 integrantes do Batalhão de Azov, considerado neonazista pelo governo de Vladimir Putin, renderam-se a separatistas pró-Rússia e foram retirados da região por meio de um corredor humanitário. De acordo com a rede de tevê Al-Jazeera, 53 militantes feridos foram levados a um hospital de Novoazovsk; 211 para Olenivka, ambos na região de Donetsk (leste). O destino dos soldados de Azov é incerto. Havia a expectativa de que fossem usados numa troca de prisioneiros russos com a Ucrânia. Legisladores do Duma (Parlamento da Rússia) defendem que os homens sejam julgados pelo crime de terrorismo.
O parlamentar russo Leonid Slutsky recomendou a suspensão da moratória sobre a pena de morte para os integrantes do Batalhão de Azov, ao compará-los a "animais na forma humana". Um dos comandantes do Batalhão de Azov em Kiev, o major Vladyslav Sobolevskyi, 33 anos, falou ao Correio e confirmou que a situação em Azovstal foi "controlada". "Tudo aconteceu de acordo com os nossos planos. Sabemos que não devemos confiar na Rússia em várias questões. Esperamos que os russos respeitem a lei da guerra, mas não tínhamos escolha. Nossos homens ficaram sem munição", comentou.
Otan
Enquanto a guerra se aproxima de completar três meses, a Europa assiste a articulações diplomáticas para reforçar a defesa. Hoje, a Finlândia e a Suécia apresentarão, conjuntamente, suas candidaturas à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), apesar da promessa de bloqueio por parte da Turquia. Mais de 95% dos parlamentares finlandeses aprovaram a entrada na aliança militar ocidental. A entrega simultânea dos pedidos de adesão deverá ser feita na sede da Otan, em Bruxelas.
Na segunda-feira, a Turquia reafirmou que vetará a adesão de Suécia e Finlândia. Para que a entrada na aliança seja concretizada, é necessária a aprovação unânime dos 31 países-membros. A Turquia acusa a Suécia de ser "o berçário de organizações terroristas" — em alusão a grupos separatistas curdos. (RC)