Guerra no Leste Europeu

Ucrânia suspende envio de gás russo à Europa

A Ucrânia interrompeu o fluxo de gás natural russo, através de um gasoduto que alimenta casas e fogões europeus, enquanto os militares de Kiev alegaram que obtiveram alguns ganhos em batalhas difíceis perto de uma importante cidade do nordeste. O impacto prático do corte para os lares europeus ainda não ficou claro. A operadora de gasodutos da Ucrânia afirmou que mudaria o fornecimento para outra estrutura, e um analista disse que o transporte não deve ser afetado.

No entanto, a gigante estatal russa Gazprom indicou que deve haver alguma queda: a empresa afirmou que estava enviando suprimentos de gás para a Europa através da Ucrânia no valor de 72 milhões de metros cúbicos, aparentemente uma redução de 25% em relação ao dia anterior. Dados preliminares de fluxo sugeriram volumes maiores de gás movendo-se por meio de uma segunda estação em território controlado pela Ucrânia. O gás russo também flui para a Europa por meio de outros dutos.

Também não ficou claro se a Rússia sofreria algum impacto imediato, já que possui contratos de longo prazo e outras formas de transporte de gás. Mas a medida pode ter significado simbólico, por ser a primeira vez que a Ucrânia interrompe o fluxo para o oeste. Isso ocorre no momento em que a União Europeia busca reduzir sua dependência da energia russa, eliminando gradualmente o uso de carvão e considerando fazer o mesmo com o petróleo. 

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Anexação

No front de batalha, as autoridades pró-russas da região ucraniana de Kherson (sul), ocupada por Moscou desde março, anunciaram que vão pedir ao presidente Vladimir Putin sua anexação à Rússia, enquanto um governador russo acusou a Ucrânia de bombardear uma cidade do sudoeste do país. Uma pessoa morreu e três ficaram feridas em um ataque contra Belgorod, segundo o governador, Viacheslav Gladkov, que acusou as autoridades ucranianas de terem atacado a aldeia de Solokhi, destruindo uma casa.

Depois do fracasso da tentativa de tomar Kiev, a capital da Ucrânia, a Rússia busca consolidar suas conquistas territoriais no sudeste e estender sua ofensiva na região do Donbass (leste). A conquista de Kherson, único êxito militar real de Moscou desde o início da invasão, pode permitir a criação de uma ponte terrestre ligando a Crimeia, a região separatista pró-russa de Donetsk (no Donbass) e o território russo.

"Haverá uma solicitação (ao presidente russo] para fazer com que a região de Kherson seja sujeito pleno da Federação da Rússia", declarou Kirill Stremusov, chefe-adjunto da administração cívico-militar deste território situado ao norte da península da Crimeia, anexada pela Rússia em 2014.