Um falso médico que usava palitos de pirulitos como implante subdérmico contraceptivo em mulheres foi preso em Aragua, na Venezuela, no fim de abril. Daniel López, de 38 anos, foi denunciado por mais de 20 mulheres ao Ministério Público venezuelano, o que levou ao pedido e a efetiva prisão pelo Corpo de Investigações Científicas, Penais e Criminais do país.
De acordo com o jornal local Effecto Cocuyo, o órgão de saúde do estado de Aragua não tem registro de Daniel López como médico, no entanto, ele apresentou um suposto título de médico cirurgião da Universidade de Los Andes, localizada em Mérida.
O homem atendeu em clínicas particulares em Maracay e La Victoria, além de um hospital público na região. Ele usou palitos de plástico de pirulitos e também pedaços de cateteres urinários para realizar procedimentos de implantação de contraceptivos subdérmicos.
O implante subdérmico é utilizado por muitas mulheres e incentivado por pastas de saúde do mundo para pessoas com útero que não queiram fazer uma manutenção contínua ou não podem fazê-la por questões financeiras. No Brasil, o implante foi incorporado ao Sistema Único de Saúde (SUS) em abril de 2021.
O pequeno bastão de plástico, com quatro centímetros de comprimento, contém miligramas de etonogestrel e é inserido logo abaixo da pele do braço. Lá, ele libera, continuamente e em pequena quantidade, a substância que impede que o óvulo seja liberado do ovário e também altera a secreção do colo do útero, o que dificulta a entrada dos espermatozoides.
Além disso, Daniel López também realizou ecos transvaginais e prescreveu medicamentos sem o conhecimento necessário. O médico cirurgião venezuelano Rafael Chirinos usou a conta do Twitter para revelar que atendeu várias vítimas do falso profissional de saúde e que muitas delas engravidaram, pois acreditavam que estavam protegidas pelo método enganoso inserido por López.
A prisão do médico foi compartilhada pelo procurador-geral da Venezuela, William Saab, nas redes sociais. Ele informou que o homem responderá pelos crimes de usurpação de funções médicas, exercício ilegal da medicina, abortos, documentação falsa, entre outros.