A Justiça francesa decretou, nesta quarta-feira (25/5), a proibição do “burkini”, uma roupa de banho que cobre todo o corpo das mulheres e deixa apenas o rosto descoberto. Segundo a decisão, a peça afeta “o princípio de neutralidade do serviço público”. As informações são do G1.
As regras das piscinas públicas francesas são bem específicas, tanto que homens são obrigados a usar sungas. Porém, a cidade de Grenoble havia liberado as roupas na piscina, assim como vestimentas longas para homens e até mesmo o topless para mulheres.
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O projeto tinha sido aprovado na última semana, mas a decisão da Corte afirma que seria “uma violação da regra geral que obriga a utilização de uma indumentária justa ao corpo para permitir que certos usuários ignorassem com uma finalidade religiosa”. O burkini é usado geralmente por mulheres muçulmanas.
O ministro do Interior da França, Gérald Darmanin, celebrou a decisão nas redes sociais. “Depois de nosso recurso, o tribunal administrativo suspende a deliberação da Câmara Municipal de Grenoble que autorizava o burkini nas piscinas municipais”, escreveu.
Le tribunal administratif retient que le maire de Grenoble, avec cette décision autorisant le « burkini » dans les piscines municipales, a porté une atteinte grave à la laïcité. Des excuses s’imposent. https://t.co/NKF9k6MCjP
— Gérald DARMANIN (@GDarmanin) May 25, 2022
Polêmica antiga
A polêmica sobre o uso do burkini já é antiga. Em 2016, a peça já havia sido proibida em pelo menos 15 cidades litorâneas da França, como uma suposta prevenção a tumultos ligados ao radicalismo islâmico. A cidade de Nice foi uma das primeiras a adotar a medida.
Em 2016, o ex-presidente da França Nicolas Sarkozy chegou a afirmar que vestir burkini é “um ato político, militante, uma provocação”, que serve de apoio ao islamismo radical. Ele disse ainda, que a França não deve “aprisionar mulheres atrás de um tecido”.
Na época, o prefeito de Londres Sadiq Khan, que segue a religião islã, criticou a proibição do traje de banho. Ele afirmou que "ninguém deve ditar às mulheres o que devem usar". "Não é justo. Não digo que nosso modelo seja perfeito, mas uma das qualidades de Londres é que não apenas toleramos a diferença, mas que, além disso, a integramos", afirmou.
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