O Exército da Rússia mantém os avanços no leste da Ucrânia, que enfrenta uma situação "extremamente difícil" e um risco de destruição em massa. O alerta foi feito pelo presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que lamentou a "falta de unidade" do Ocidente na entrega de armamentos para o seu país. No primeiro dia do quarto mês da guerra, as forças russas concentraram os ataques na região de Luhansk e bombardearam implacavelmente a cidade industrial de Severodonetsk.
Em uma videoconferência no Fórum Econômico Mundial de Davos (Suíça), Zelensky afirmou que a falta de "unidade" ocidental prejudica a Ucrânia, que "precisa do apoio de uma Europa unida". Zelensky renovou o pedido de armas pesadas a seus aliados, alegando que os bilhões de dólares entregues eram insuficientes para equilibrar o poderio militar russo. "Unidade é sobre armas. Minha pergunta é: existe unidade na prática? Eu não vejo isso. Nossa grande vantagem sobre a Rússia seria estar verdadeiramente unidos", disse Zelensky.
Em outra ocasião, durante a mensagem diária ao povo da Ucrânia, o presidente afirmou que essas armas são "o melhor investimento para a estabilidade mundial" e lamentou os milhares de ucranianos mortos desde o início da invasão russa, em 24 de fevereiro. Para Zelensky, fornecer granadas propulsadas por foguetes, tanques, mísseis e outras armas é "o melhor investimento para evitar novas agressões russas".
Conquistas
A Rússia tenta expandir suas conquistas na região leste do Donbass e na costa sul da Ucrânia. A estratégia de Moscou é construir uma ponte terrestre entre Donbass e a Península da Crimeia, anexada em 2014. Zelensky chamou a situação no Donbass de "extremamente difícil". "Os ocupantes querem destruir tudo lá", disse. O governador da região de Luhansk, Sergei Gaidai, relatou que Severodonetsk enfrenta ataques aéreos, de foguetes, artilharia e morteiros.
"As tropas russas avançaram tanto que podem disparar morteiros" em Severodonetsk, disse Gaidai. A cidade "está sendo destruída", acrescentou. Ele assegurou que a Rússia enviou milhares de soldados para tomar Lugansk e que o bombardeio de Severodonetsk foi tão intenso que os 15 mil civis que estão na localidade não podem mais sair. O ministro da Defesa russo, Serguei Shoigu, deixou claro que seu país está preparado para a guerra prolongada. "Continuaremos a operação militar especial até que todos os objetivos sejam alcançados."
O presidente russo, Vladimir Putin, visitou pela primeira vez soldados feridos na Ucrânia. A televisão russa exibiu imagens de Putin, usando uma bata branca, conversando com um militar, filmado de costas, em um hospital de Moscou. "Quanto mais essa guerra durar, maior será o preço de salvaguardar a liberdade, não apenas na Ucrânia, mas em todo o mundo livre", alertou Zelensky.
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