Um grupo de esposas de soldados do batalhão ucraniano Azov pediram nesta quarta-feira (11) que o papa Francisco decida intervir para "salvar a vida" dos militares entrincheirados há várias semanas na siderúrgica Azovstal de Mariupol, sitiada pelo exército vermelho.
"Pedimos ao papa que visite a Ucrânia, que fale com (o presidente russo, Vladimir) Putin, que lhe diga que os deixem ir", afirmou aos jornalistas, Kateryna Prokopenko, 27, esposa do comandante do batalhão de Azov, Denis Prokopenko, no final da audiência geral na praça de São Pedro.
O pedido ao papa foi feito durante um encontro de cinco minutos após o final da audiência geral, por conta da tradicional saudação a alguns dos presentes.
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"Esperamos que este encontro sirva para lhes salvar a vida. Estamos prontas para qualquer gesto do papa, de sua delegação. Nossos soldados estão prontos para depor as armas em caso de evacuação para um terceiro país", acrescentou.
"Dissemos ao papa que temos 700 soldados feridos, que sofrem com a gangrena, amputações (...) Muitos deles morreram, não pudemos enterrá-los", contou Yulia Fedosiuk, de 29 anos.
"Pedimos ajuda ao pontífice, que atue como um terceiro nesta guerra e que possa intervir para que eles possam sair através de um corredor humanitário. Ele nos disse que está orando por nós e que fará tudo o que puder", afirmou.
O encontro também foi assistido pelo opositor russo, Piotr Verzilov, cofundador do grupo de protesto Pussy Riot e criador do site Mediazona, especializado em acompanhar casos legais relacionados à oposição.
Nenhum civil ficou na siderúrgica após as evacuações da semana passada, segundo uma autoridade do governo ucraniano, que buscava uma maneira de retirar os feridos em estado grave.
As condições dos militares são "péssimas", "sem água, sem comida, sem equipamento médico", explicou Fedosiuk, que teme que as forças russas os capturem, torturem e matem.
Segundo Kiev, "mais de mil militares" seguem entrincheirados no complexo industrial, entre eles, "centenas de feridos" que se encontram no labirinto de galerias no subterrâneo da fábrica.
Criado em 2014, o polêmico batalhão Azov, considerado uma milícia neonazista por alguns e heróis por outros, está no centro de uma guerra de propaganda entre Ucrânia e Rússia, que usou a "desnazificação" da ex-república soviética como justificativa para sua operação militar no país.
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