POLÊMICA

Deputado conservador aparece nu em vídeo e é acusado de affair com assessor

Madison Cawthorn, republicano dos EUA, confirmou a veracidade do vídeo vazado nas redes sociais na quarta (6/5). Opositor de pautas LGBTQIA+, ele é acusado de affair com assessor

Talita de Souza
postado em 06/05/2022 20:23 / atualizado em 06/05/2022 20:54
O deputado Madison Cawthorn, à esquerda, é acusado de ter um relacionamento pessoal com o assessor dele, Stephen, o que é proibido na Câmara dos EUA -  (crédito: NBC/Reprodução)
O deputado Madison Cawthorn, à esquerda, é acusado de ter um relacionamento pessoal com o assessor dele, Stephen, o que é proibido na Câmara dos EUA - (crédito: NBC/Reprodução)

Contra pautas LGBTQIA+, antivacina e opositor da legalização do aborto, o deputado republicano Madison Cawthorn, da Carolina do Norte (EUA), seguia à risca a “tabela” dos políticos conservadores norte-americanos até a última quarta-feira (4/5). Um vídeo vazado nas redes sociais mostra Madison nu, em uma cama, com um desconhecido, enquanto simula movimentos sexuais próximo ao rosto do homem.

O registro causou um verdadeiro escândalo, já que a cena contrapõe uma das bandeiras levantadas por ele: a da existência do relacionamento afetivo apenas entre homens e mulheres cisgêneros. Nas redes sociais, o deputado confirmou a veracidade do vídeo, que afirma ser de “anos atrás”. No entanto, Madison afirma que estava apenas “sendo grosseiro com um amigo, tentando ser engraçado”.

“Estávamos agindo como tolos e brincando. É isso”, pontuou o parlamentar. Ele ainda afirmou que o vazamento faz parte de uma oposição contra ele para fazê-lo “recuar”. “Eu não vou recuar. Eu disse que haveria uma campanha de vazamento. A chantagem não vai ganhar, mas nós vamos”, escreveu nas redes sociais.

Relação com o assessor e dinheiro público gasto em viagens

No entanto, o vídeo foi apenas um desdobramento de uma acusação mais séria, não apenas contra a sexualidade dele, mas contra a integridade do mandato de Madison. Há uma semana, em 30 de abril, o grupo político American Muckrakers PAC pediu uma investigação de Madison ao Escritório de Ética do Congresso.

A acusação é de que o parlamentar gastar mais de US$ 250 mil de dinheiro público em moradia e viagens gratuitas para o assessor dele, Stephen Smith — que também mora com ele. Ter um relacionamento pessoal com um membro do gabinete é proibido pelas leis do Congresso norte-americano.

De acordo com o executivo-sênior da NBCUniversal Mike Sington, que teve acesso à queixa feita pelo grupo, o parlamentar utilizava um aplicativo de compartilhamento de contas e dívidas com o assessor, chamado Venmo. Nele, os usuários registram o que é devido ou apenas transferem valores, com o adicional de registrar o motivo do pagamento.

Em imagens obtidas pelo PAC, Madison tinha “mensagens sugestivas” nos pagamentos: “ficar nu para mim na Suécia”, “a rapidinha no aeroporto”, “ a coisa que fizemos em Amsterdam” foram algumas mensagens em junho de 2018. Na mesma época, há um registro do pagamento de Stephen a Madison, com a mensagem “por me amar dia e noite”.

O grupo também compartilhou, no documento, fotos em que os dois aparecem íntimos e até mesmo um vídeo em que Stephen passa a mão dele pela virilha de Madison.

Madison tem passado por uma série de escândalos no parlamento. Em abril, ele foi notificado por andar com uma arma carregada no aeroporto da Carolina do Norte. O mesmo ocorreu em fevereiro de 2021. Em março deste ano, o parlamentar causou polêmica ao afirmar, em um podcast, que foi convidado por políticos de Washington a participar de orgias e que esses usaram cocaína na frente dele — ele não deixou claro se foi na mesma ocasião.

Ele também já foi detido por dirigir com a carteira de motorista suspensa e foi alvo de diversas alegações dadas por mulheres à CNN, sobre uma má conduta sexual contra elas durante a faculdade.

O comportamento causou mal estar no partido Republicano, que chegou a demonstrar falta de apoio para a reeleição — a campanha está em curso e as primárias ocorrerão em 17 de maio. A presidente da Câmara, Nancy Pelosi, chegou a afirmar, em 30 de abril, que cabia ao partido punir Madison.

"Temos a responsabilidade de ter um padrão ético aqui. Eles têm que cuidar da própria casa. Caso contrário, haverá queixas de ética. Mas não vou gastar meu tempo com eles nesta reunião”, declarou à jornalistas na ocasião.

 

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