Esplanada das Mesquitas

Novos distúrbios em Jerusalém deixam mais de 20 feridos

Na manhã deste domingo, "centenas" de manifestantes palestinos começaram a recolher pedras na esplanada antes da chegada dos judeus que podem visitar este local, considerado o mais sagrado do judaísmo, em determinados horários e sob certas condições, conforme indicado pela polícia

Novos distúrbios entre manifestantes palestinos e policiais israelenses deixaram mais de vinte feridos neste domingo (17) em torno da Esplanada das Mesquitas em Jerusalém, o terceiro lugar sagrado do Islã que já foi palco de confrontos violentos na sexta-feira.

Na manhã deste domingo, "centenas" de manifestantes palestinos começaram a recolher pedras na esplanada antes da chegada dos judeus que podem visitar este local, considerado o mais sagrado do judaísmo, em determinados horários e sob certas condições, conforme indicado pela polícia.

As forças de segurança israelenses entraram na Esplanada das Mesquitas para "expulsar" esses manifestantes e "restaurar a ordem", disse a polícia. Testemunhas e socorristas indicam que uma dúzia de palestinos ficaram feridos nesses distúrbios.

O Crescente Vermelho palestino informou 19 feridos palestinos, cinco deles levados a hospitais locais, e afirmou que alguns deles foram atingidos por balas de borracha.

Esses incidentes ocorrem quando a missa cristã da Páscoa é celebrada neste domingo, e as orações para Pessah, a Páscoa judaica, e para o mês muçulmano do Ramadã na Cidade Velha de Jerusalém, um centro às vezes conflituoso onde as três religiões monoteístas coincidem.

Em outro incidente, desta vez na Cidade Velha, localizada na parte leste de Jerusalém ocupada por Israel desde 1967, palestinos atiraram pedras em ônibus, ferindo levemente cinco israelenses, segundo a mídia e a polícia israelenses.

"Al-Aqsa (nome dado também em árabe à Esplanada das Mesquitas, ndlr) é nossa, apenas nossa, e os judeus não têm absolutamente nenhum direito sobre este lugar", declarou em nota Ismail Haniyeh, chefe do ramo político do Hamas, movimento islamita armado palestino que controla a Faixa de Gaza.

"Jerusalém está no centro do conflito (israelense-palestino) e continuaremos defendendo-a em uma batalha aberta contra os ocupantes", acrescentou Haniyeh.

Por sua vez, Husein el Sheij, um líder da Autoridade Palestina de Mahmud Abas, pediu à comunidade internacional "que acabe com a agressão flagrante" contra a Esplanada das Mesquitas.

Na sexta-feira, mais de 150 pessoas ficaram feridas em confrontos entre manifestantes palestinos e policiais israelenses na Esplanada das Mesquitas, após semanas de tensão por uma série de ataques anti-israelenses na região de Tel Aviv, seguidos por operações "contraterroristas" do Estado hebraico na Cisjordânia ocupada.

Durante esses distúrbios de sexta, as forças israelenses entraram na mesquita Al-Aqsa, o que gerou uma ampla condenação de países muçulmanos.

Em um comunicado divulgado neste domingo, o ministério das Relações Exteriores da Jordânia - país que administra a Esplanada das Mesquitas - "denuncia a invasão das forças israelenses na mesquita Al-Aqsa e a expulsão de fiéis (muçulmanos) para permitir a entrada de extremistas (judeus) sob sua proteção".

Após esses incidentes, o papa Francisco pediu neste domingo um acesso "livre" aos locais sagrados de Jerusalém.