Seis pessoas LGBTI foram assassinadas este ano na cidade colombiana de Medellín, um número que supera todos os casos de 2021, alertaram autoridades nesta terça-feira, relacionando a onda de violência ao aplicativo de encontros Grindr, voltado para o público gay.
"É uma situação que vem aumentando. De dois casos no ano passado, este ano temos seis casos, em que as vítimas são jovens da comunidade LGBTI", informou o secretário de segurança de Medellín, José Gerardo Acevedo, em entrevista à Rádio Caracol. “A maioria morreu em casa ou em um hotel, após se conectarem com pessoas estranhas através de redes sociais."
Várias das vítimas haviam marcado encontros por meio do Grindr, voltado para gays, bissexuais e transexuais. "Iremos trabalhar com eles (Grindr) de forma que tenhamos a informação quando houver roubos ou assassinatos" contra as minorias sexuais, informou o prefeito de Medellín, Daniel Quintero.
A prefeitura anunciou a criação de uma equipe especial para esclarecer e enfrentar os ataques contra pessoas LGBTI na cidade, de 2,6 milhões de habitantes. Também ofereceu uma recompensa equivalente a US$ 21.500 para quem fornecer informações que levem aos responsáveis.
Segundo José Gerardo Acevedo, em nenhum dos casos foi usada arma de fogo, e sim "artefatos contundentes", "golpes" e "asfixia mecânica".
De acordo com a ONG Caribe Afirmativo, as vítimas eram homens gays com idade entre 28 e 52 anos, que estavam sozinhos no momento da agressão, em espaços privados e "sem a possibilidade de receberem ajuda". A ONG convocou para a próxima sexta-feira um protesto em frente à sede do Ministério Público em Medellín, segunda maior cidade da Colômbia.
Gays, lésbicas, bissexuais e transexuais são alvos frequentes de agressões no país. Um total de 1,8% dos 36 milhões de adultos colombianos consideram-se parte da população LGBTI, segundo o Departamento Administrativo Nacional de Estatística.
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