Ao menos seis pessoas morreram e 10 ficaram feridas em um tiroteio na madrugada de domingo na cidade de Sacramento, Califórnia, informou a polícia.
Kathy Lester, chefe do Departamento de Polícia da capital da Califórnia, na costa oeste dos Estados Unidos, confirmou o balanço de vítimas. Até o momento ninguém foi detido.
O ataque aconteceu no centro de Sacramento, que tem muitos bares e restaurantes, perto do Parlamento local e da arena em que joga o Sacramento Kings, da NBA.
Pouco depois das 04h00 do horário local, as autoridades pediram através do Twitter para a população evitar a área do ataque, "pois haverá uma grande presença policial e o local permanece ativo".
De acordo com a chefe de polícia os agentes, que seguiram para o local após ouvir os disparos, estavam em patrulha na área.
"Havia uma grande multidão na área. Não sabemos se era parte do público de uma casa noturna ou de de um evento", disse.
O jornal Sacramento Bee informou que havia vidros quebrados no local e faixas para demarcar a área da investigação policial por dois quarteirões. Os investigadores usam esses marcadores para indicar elementos de interesse, como cápsulas de bala ou outros tipos de provas.
Fontes citadas pelo The San Francisco Chronicle indicaram que os tiros começaram no contexto de uma briga entre pessoas saindo dos bares.
"Foi horrível", disse o ativista comunitário Berry Accius, que chegou minutos após o tiroteio, à estação local KXTV.
"Assim que cheguei, vi uma cena caótica, policiais em todos os lugares, vítimas com sangue por todo o corpo, pessoas gritando, pessoas chorando, pessoas dizendo: 'Onde está meu irmão?' Mães chorando e tentando identificar quem era seu filho", relatou.
Em declarações ao Sacramento Bee, Accius disse que foi informado por testemunhas oculares que "de repente as pessoas estavam dizendo que havia problemas em outros lugares, havia uma briga acontecendo e depois houve tiroteio e não era o pop-pop-pop normal... era uma artilharia de alta potência", afirmou ao jornal.
Enquanto isso, o Chronicle também cita uma mulher não identificada no local que disse que foi informada de que seu marido estava entre os mortos.
Ela explicou que um estranho atendeu o telefone de seu marido quando sua filha ligou, mas que ela não conseguiu descobrir o que aconteceu, apesar de esperar várias horas para que a polícia lhe desse informações.
"Parece que muitas pessoas inocentes perderam a vida esta noite", disse a mulher ao Chronicle. "Não obtivemos resposta."
"Difícil de entender"
O prefeito de Sacramento, Darrell Steinberg, informou que estava tendo dificuldade em encontrar as palavras certas para descrever a tragédia.
"O número de mortos e feridos é algo difícil de entender", lamentou.
"Aguardamos mais informações sobre exatamente o que aconteceu neste trágico incidente, o aumento da violência armada é o flagelo de nossa cidade, estado e nação, e apoio todas as ações para reduzi-lo", ressaltou.
Este é o mais recente tiroteio em massa nos Estados Unidos, onde as armas de fogo provocam quase 40.000 mortes por ano, incluindo suicídios, de acordo com o site Gun Violence Archive.
Leis flexíveis sobre o acesso às armas e o direito de de porte garantido dificultam as tentativas de reduzir o número de armas em circulação, apesar das pesquisas que mostram que a maioria da população defende controles mais rígidos.
Um total de 75% dos homicídios nos Estados Unidos são cometidos com armas de fogo. E o número de pistolas, revólveres e outras armas de fogo vendidas continua em alta.
Em 2020 foram vendidas mais de 23 milhões de armas, um recorde, e outras 20 milhões no ano passado, de acordo com os dados compilados pelo site Small Arms Analytics.
Os dados não incluem as chamadas armas "fantasma", que são vendidas desmontadas, não possuem números de série e são muito utilizadas por criminosos.
Em junho de 2021, 30% dos adultos americanos afirmaram possuir pelo menos uma arma, de acordo com uma pesquisa do instituto Pew.