Srinagar, Índia | O primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, visitará no próximo domingo o disputado territorio de Jammu e Caxemira pela primeira vez desde a revogação do estatuto autônomo especial desta região há três anos.
Em agosto de 2019, a inesperada revogação da autonomia parcial da Caxemira indiana deixou a região sob controle direto do governo nacionalista de Modi.
Milhares de pessoas, incluindo líderes políticos e militantes, foram detidas e as comunicações por telefone e internet foram cortadas, o que isolou o território durante quase seis meses.
Modi visitará no domingo a localidade de Palli, em Jammu, parte sul da Caxemira que tem muitos moradores hindus.
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Com mais de meio milhão de soldados e paramilitares mobilizados na fronteira com o Paquistão, esta é a região mais militarizada do país.
A Caxemira está dividida entre Índia e Paquistão, que reivindicam o território himalaio de maioria muçulmana desde sua independência em 1947.
A parte administrada pela Índia registrou décadas de conflitos que deixaram dezenas de milhares de mortos desde o início de uma insurreição em 1989. Nova Délhi acusa o Paquistão de apoiar os separatistas, mas Islamabad nega.
Desde 2019, Modi visita regularmente as tropas na fronteira com o Paquistão, especialmente para celebrar feriados religiosos hindus. Mas sua viagem a Palli será a primeira aparição para valer do primeiro-ministro neste território.
Modi participará em uma festa da democracia local, o "Panchayati Raj", apesar de a Caxemira não ter um governo regional regional desde 2018.
O governo alega que a decisão de 2019 tinha o objetivo de facilitar a paz e atrair investimentos à região. Mas a realidade é que as medidas rígidas de segurança aplicadas asfixiam qualquer iniciativa cívica e impossibilitam as manifestações.
Quase 2.300 pessoas, especialmente opositores políticos e ativistas, foram detidas com base em leis terroristas, denunciadas por defensores dos direitos humanos.
A imprensa estrangeira não está autorizada a visitar a Caxemira.
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