ITÁLIA

Parceiro confessa ter matado com marteladas e esquartejado atriz pornô

O assassinato ocorreu em janeiro deste ano, mas só foi descoberto dois meses depois porque foi esse o tempo que o italiano, de 43 anos, "guardou" os restos da mulher em um freezer

Talita de Souza
postado em 08/04/2022 17:53 / atualizado em 08/04/2022 17:53
O assassinato de Carol Maltesi ocorreu logo após ela e Davide Fontana, o assassino, gravarem dois vídeos pornográficos. A morte dela foi gravada em um deles, mas o registro foi apagado por Davide -  (crédito: Reprodução/Redes sociais)
O assassinato de Carol Maltesi ocorreu logo após ela e Davide Fontana, o assassino, gravarem dois vídeos pornográficos. A morte dela foi gravada em um deles, mas o registro foi apagado por Davide - (crédito: Reprodução/Redes sociais)

O feminicídio da atriz pornô Carol Maltesi, de 26 anos, chocou a Itália quando partes do corpo dela foram encontradas, em 20 de março, próximo à Bréscia, na Itália. Com o rosto queimado e os restos em decomposição, ela só foi identificada após a polícia divulgar fotos de tatuagens dela e fãs a reconhecerem. O namorado dela, o funcionário de um banco italiano Davide Fontana, confessou o crime em 29 de março e disse que matou a mulher a marteladas após uma noite de sexo com ela.

O assassinato ocorreu entre 10 e 11 de janeiro deste ano, mas só foi descoberto dois meses depois porque foi esse o tempo que o italiano, de 43 anos, “guardou” os restos de Carol, que usava o nome Charlotte Angie artisticamente. Davide comprou um freezer, um machado e uma serra de metal na Amazon para esconder o cadáver da mulher, que também era mãe de um menino de seis anos.

De acordo com o El País, o homem esquartejou a namorada, com quem tinha um relacionamento aberto, guardou os pedaços dela em sacos plásticos e os armazenou no freezer, depois, limpou o apartamento dela em Rescaldina, cidade em que moravam próximo à Milão — Davide também era vizinho dela. Mais de dois meses depois, ele colocou os restos de Carol no porta-malas e dirigiu 120 quilômetros até as montanhas da Bréscia, onde o desovou.

O assassinato da atriz encerrou um relacionamento de pouco menos de dois anos. Davide e Carol moravam em Rescaldina, mas se conheceram em Milão, em um hotel, em outubro de 2020. O bancário é, também, fotógrafo e fez um ensaio sensual da mulher. Na época, ele era casado e morava na capital da Itália.

“Eu a conheci pelo Instagram e tirei fotos dela de calcinha. Eu morava em Milão com minha esposa e depois decidi deixá-la porque comecei um relacionamento com Carol. Tínhamos um relacionamento aberto. Ela vendia filmes e fotos pornôs no OnlyFans”, contou Davide à polícia, em referência ao site de compra e venda de conteúdos adultos.

Juntos, os dois passaram a gravar vídeos pornográficos, até mesmo no dia da morte. Na ocasião, eles gravaram dois filmes e um deles chegou a mostrar o momento do assassinato de Carol. No entanto, Davide deletou a filmagem do celular. Para o filme, a atriz ficou amarrada e tinha um saco na cabeça. Foi nesse momento que o crime ocorreu.

“Ela estava amarrada. Comecei a bater em todo o corpo dela com um martelo, mas não com muita força, não sei por quê. Eu não sei o que aconteceu comigo. Acho que ela já estava morta e não sabia o que fazer. Cortei a garganta dela com uma faca de cozinha. Passei meia hora olhando para ela e depois fui para casa”, disse o homem.

Logo depois, fez as compras do freezer, do machado e da serra de metal na Amazon. De volta ao apartamento de Carol, ele esquartejou o corpo e o guardou até desová-lo. Davide contou à polícia que voltou a viver normalmente e continuou a manter contato com amigos e parentes de Carol pelo celular dela para que ninguém desconfiasse do crime.

Ele parecia se sentir seguro em relação a não descobrirem do assassinato, até que o corpo foi encontrado por um homem de 60 anos, que caminhava pela área em que ele deixou o corpo. A polícia teve dificuldade em reconhecer a vítima: o rosto estava queimado e em estado de decomposição.

A identificação de Carol ocorreu quando a polícia decidiu divulgar imagens com as 15 tatuagens da mulher em uma tentativa de que ela fosse reconhecida por parentes. Na verdade, a atriz foi reconhecida pelos fãs que consumiam os vídeos eróticos feitos por ela.

Homem confessou o crime após jornalista desconfiar dele

Com a estratégia de responder aos parentes e amigos de Carol para não desconfiarem de nada, Davide ficou fora de perigo de ser descoberto por dois meses. A “calmaria” passou quando, após a identificação de Carol, uma jornalista ligou para ele para saber informações sobre ela. Davide disse que a namorada estava viva, mas a repórter não acreditou no que ele falava. Ela chegou a pedir para falar com a atriz, mas o italiano desconversou.

A interação provocou receio em Davide, que foi até a polícia em 28 de março registrar um boletim de ocorrência por um suposto “desaparecimento” dela. Um dia depois, quando foi depor para contar os últimos passos de Carol antes dela “desaparecer”, o homem não aguentou a pressão e confessou o crime. Os policiais o confrontaram com imagens de câmeras de trânsito que mostraram o carro dele na área de desovamento do corpo.

“Estou lhe contando tudo isso porque queria tirar esse peso das minhas costas e dizer a verdade”, disse. O homem, no entanto, não contou o motivo para ter cometido o feminicídio. Em 25 de novembro do ano passado, Carol publicou um vídeo em que falava sobre abuso psicológico sofrido por mulheres.

“Vivi isso na minha pequena realidade pessoal…”, disse ela. “Fala-se muito sobre violência física, mas a violência psicológica também é importante porque é isso que te destrói”, disse no registro.

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