Joe Biden e Barack Obama voltaram a se encontrar nesta terça-feira (5) durante a visita do ex-presidente dos Estados Unidos a seu ex-vice-presidente na Casa Branca. O objetivo do encontro era recuperar a força democrata antes das eleições de meio de mandato.
O clima do reencontro foi ao mesmo tempo nostálgico, festivo e bem-humorado.
"Bem-vindo de volta à Casa Branca. Parece os velhos tempos", disse Biden a seu ex-chefe em um Salão Leste lotado, na qual eles entraram juntos sob aplausos de funcionários e membros do Congresso.
Esta foi a primeira vez de Obama nas salas históricas da sede do governo americano desde que deixou o cargo há cinco anos, quando entregou o poder a Donald Trump.
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"Vice-presidente Biden", disse Obama ao microfone, antes de corrigir-se entre risos: "Isso foi uma brincadeira".
Biden deu sequência à brincadeira apresentando-se como "o vice-presidente de Barack Obama".
Para Biden, que serviu por dois mandatos como braço direito do primeiro presidente negro dos EUA, antes de desistir da aposentadoria para vencer Trump nas eleições, também foi um momento comovente.
Afetado pelas consequências da pandemia de covid-19, a inflação galopante, uma oposição republicana obstrucionista e a invasão russa da Ucrânia, em pouco mais de um ano o presidente conheceu as dificuldades reais de seu cargo.Seus índices de aprovação nas pesquisas estão muito ruins. Ficaram estagnados na faixa de 40%, com poucos sinais de melhora.
O motivo para a reunião, no entanto, é um acontecimento político feliz: o 12º aniversário da Lei de Assistência Acessível, considerada uma grande conquista interna de Obama.
Conhecido popularmente como Obamacare, o plano de saúde subsidiado ampliou o acesso a serviços médicos a milhões de pessoas em um país onde muitos não têm condições financeiras para consultar um médico ou dentista e podem entrar em falência no caso de uma cirurgia de emergência.
Os republicanos já investiram em reiteradas tentativas de eliminar o plano que denunciam como socialismo, mas o Obamacare sobreviveu à maioria dos ataques e, no mandato de Biden, foi ampliado.
"Apesar das grandes dificuldades, Joe e eu estávamos determinados", disse Obama. "Eu tinha a intenção de obter a aprovação da assistência de saúde mesmo que isso me custasse a reeleição, o que por um tempo parecia que iria acontecer."
Almoço poderoso
O verdadeiro objetivo da reunião entre Biden e Obama era mais amplo: uma oportunidade para reforçar a marca centrista de Biden e tranquilizar os democratas que acreditam que as pesquisas preveem uma inevitável derrota eleitoral em novembro, com os republicanos recuperando o controle do Congresso.
Além de falar sobre política sanitária, a Casa Branca observou que o 44º presidente e o atual 46º almoçaram juntos, como costumavam fazer uma vez por semana durante o governo Obama.
"São amigos de verdade, não apenas amigos de Washington", afirmou a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki.
Dizem que amigos verdadeiros são raros em Washington, mas Barack e sua esposa Michelle Obama são com certeza populares entre os democratas.E este brilho pode ser pulverizado no partido.
No entanto, tratando-se das eleições de meio de mandato, Obama não é exatamente o melhor modelo: seus democratas foram derrotados no Congresso nas eleições de 2010 e 2014.
Por outro lado, Obama demostrou com sua reeleição em 2012 que um presidente pode sobreviver a terremotos - talvez uma lição para Biden em 2024, quando pode enfrentar novamente uma batalha contra Trump.
Obama, com suas famosas habilidades retóricas ainda intactas, pediu aos democratas que não percam sua autoconfiança.
"Estou fora do circuito, mas sei como as pessoas podem estar desanimadas com Washington", afirmou.
Em seu discurso, Biden deu a entender que a assistência para a saúde poderia ser um dos elementos da tentativa dos democratas de manter o controle do Congresso.
"Se os republicanos voltarem ao poder, eles tentarão revogar a Lei de Assistência Acessível", alertou. "Então prestem muita atenção, pessoal."
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