Chefe de Estado europeu mais alinhado ao Kremlin, o primeiro-ministro húngaro Viktor Orbán declarou vitória nas eleições nacionais, reivindicando o quarto mandato consecutivo, e o quinto de sua carreira política, após uma campanha dominada por disputas sobre a guerra na vizinha Ucrânia. Com mais de 80% dos votos apurados, os resultados preliminares oficiais mostraram que o partido de Orbán, o Fidesz, controlava 135 assentos do Parlamento de 199 membros. A aliança inédita de oposição tinha 57 postos.
"Ganhamos uma vitória tão grande que você pode vê-la da lua e, certamente, de Bruxelas", disse Orbán. O resultado permitirá ao Fidesz manter a maioria de dois terços que, ao longo dos últimos 12 anos, garantiu ao partido reestruturar radicalmente a política do país, transformando a Hungria em uma autodenominada democracia iliberal que desrespeitou as normas ocidentais, censurou a imprensa e, frequentemente, esteve em desacordo com a União Europeia.
Péter Márki-Zay, líder do grupo de oposição Unidos pela Hungria, admitiu a derrota na noite de ontem. Foi um duro golpe para a aliança, que havia deixado de lado suas diferenças partidárias no ano passado em um esforço para formar uma frente comum contra o Fidesz.
Na Sérvia, o presidente Aleksandar Vucic, também próximo de Moscou, ganhou um novo mandato de cinco anos. Governando desde 2012, Vucic obteve 59,8% dos votos, enquanto seu partido, o SNS, alcançou 43,5% da preferência do eleitorado. A agremiação parceira Partido Socialista da Sérvia, SPS, ganhou outros 11,6%, garantindo a maioria.
Acusado de autoritarismo, Aleksandar Vucic tirou proveito da instabilidade provocada pela guerra e se apresentou como o único candidato capaz de administrar a crise. Recentemente, colocou-se contra a União Europeia nas sanções impostas a Putin.
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