América Latina

Revolta: bebê natimorto é incinerado como lixo hospitalar na Argentina

Caso ocorreu na província de Entre Ríos e gerou revolta no país. "Nós o vimos por 15 minutos e depois o vestimos", lamentou a mãe que não conseguiu enterrar o próprio filho

A maternidade do Hospital Delicia Concepción Masvernat enfrenta, nos últimos dias, um possível caso de negligência que é difícil de explicar. Localizada na cidade de Concórdia, em Entre Ríos, Argentina, a unidade de saúde foi palco de uma violência contra pais de um bebê natimorto, em meados de março. É que o corpo da criança foi incinerado como se fosse lixo hospitalar, ao invés de ser entregue à família para o sepultamento.

Em um relato dado pelos pais ao portal local Gente, a mãe conta que eles mal puderam olhar para o filho antes que o corpo fosse carbonizado como “resíduo patológico”. A mulher, que não foi identificada, contou que chegou ao hospital depois de ter complicações na gravidez. Após um trabalho de parto difícil, os médicos confirmaram que a criança havia morrido.

“Fizeram a cesariana e tiraram meu bebê sem vida. Como pais, decidimos conhecê-lo. O vimos e vestimos, inclusive. Depois o levaram ao necrotério, onde o iriam conservar até o dia que eu o buscaria para o enterro”, contou. Ela relatou que recebeu alta do ginecologista para prosseguir com os trâmites do sepultamento e que a funerária iria retirar o corpo do filho no hospital.

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Apesar disso, a mãe falou que, na data marcada, o bebê não foi encontrado. “Ninguém nos deu respostas, todos jogaram a bola de um lado para outro”, contou. Segundo o pai, quando finalmente descobriram o paradeiro do recém-nascido, eles foram informados de que havia ocorrido um erro. “Quando soubemos, ele já tinha entrado no forno, mas não nos deram explicações. Era um bebê formado, ninguém sabia porque o colocaram lá”, lembrou. Tudo isso ocorreu em menos de 24h, entre os dias 15 e 16 de março.

Hospital investiga protocolo devido a criança incinerada 

O Hospital Delicia Concepción Masvernat divulgou uma nota logo depois que o incidente se tornou público, em 17 de março. No texto, a instituição diz que investigou os detalhes do ocorrido a fim de identificar “se foi uma omissão, dolo ou falta de profissionalismo” na execução do protocolo. De acordo com as conclusões, entregues à Justiça e também à família, o corpo do bebê foi guardado, por engano, em um saco vermelho.

Os plásticos dessa cor são usados na unidade para identificar o lixo hospitalar que deve ser incinerado por uma empresa terceirizada, assim como foi feito naquela data. “As autoridades competentes também foram instruídas a iniciar um inquérito administrativo para determinar a origem do erro, com as consequências conhecidas. É uma prioridade para esta Diretoria que este fato seja esclarecido a fim de poder determinar as medidas apropriadas”, termina o comunicado.

Leia a íntegra do texto, em espanhol:


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