O presidente russo, Vladimir Putin, disse ao chanceler alemão, Olaf Scholz, nesta quarta-feira (30) que a União Europeia (UE) poderá continuar pagando pelo gás russo em euros e não em rublos, como anunciado anteriormente, informou Berlim.
Segundo o porta-voz do governo alemão, Steffen Hebestreit, Putin disse que as compras de gás em abril continuarão a ser acordadas em euros, "que serão transferidos como de costume para o Banco Gazprom, não afetado pelas sanções" impostas contra a Rússia, e esse banco converterá então os pagamentos em rublos.
Hebestreit disse em comunicado que Putin enfatizou no telefonema com Scholz que "nada mudaria para os parceiros contratuais europeus" quando o novo sistema entrar em vigor em 1º de abril.
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"O chanceler Scholz não concordou com este procedimento, mas solicitou informações por escrito para melhor entendê-lo", disse o porta-voz.
"O que o G7 acordou se mantém: as entregas de energia serão pagas exclusivamente em euros ou dólares, conforme estabelecido nos contratos", acrescentou.
O Kremlin havia publicado anteriormente sua própria leitura da conversa, segundo a qual Putin disse a Scholz que a exigência de Moscou de que a Europa pague pelo gás em rublos não deve "levar a um agravamento dos termos contratuais para as empresas importadoras europeias".
Putin disse na semana passada que Moscou começaria a aceitar apenas rublos como pagamento para entregas de gás natural a países "hostis", incluindo membros da União Europeia, justificando sua decisão com o fato de que a UE havia congelado as reservas cambiais do banco central.
A Alemanha e a Áustria decretaram nesta quarta-feira o primeiro nível de alerta dos planos de emergência energética por medo que a Rússia corte o fornecimento de gás se os países ocidentais se recusarem a fazer pagamentos em rublos.
O ministro da Energia alemão, Robert Habeck, disse na segunda-feira, em nome dos países do G7, que a posição russa era uma "violação unilateral e clara dos acordos existentes" e que os pagamentos em rublos eram "inaceitáveis".