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Guerra na Ucrânia: como identificar notícia falsa sobre o conflito nas redes

Descubra maneiras de evitar a disseminação de postagens falsas e informações mentirosas sobre o o conflito na Ucrânia

A invasão da Ucrânia pela Rússia deu início a uma onda de informações falsas publicadas nas redes sociais e outros meios de comunicação. Em uma série de podcasts para a Radio 4, da BBC, chamada War on Truth (Guerra contra a Verdade), a repórter da BBC especializada no assunto acompanha histórias de pessoas atingidas pela desinformação - e oferece algumas dicas sobre como evitá-la. Confira:

Desde que a guerra começou, minha caixa postal tem sido inundada com mensagens de pessoas me contando sobre vídeos enganosos aparecendo em suas timelines nas redes sociais e perfis falsos promovendo teorias da conspiração.

Não se trata apenas das redes sociais. Também existe propaganda financiada por governos espalhando alegações falsas nos meios de comunicação e além deles.

Na série de podcasts que eu produzi (em inglês), eu falo sobre a batalha de informação que está sendo travada em torno da Ucrânia - e ouvindo o que pessoas afetadas por ela têm a dizer. A principal pergunta é: como você pode ajudar a conter informações falsas - e evitar que elas se espalhem?

1. Fique de olho em vídeos antigos e enganosos

Existem vídeos bastante reais e perturbadores sendo compartilhados sobre o que está acontecendo na Ucrânia. Mas também existem imagens antigas, de conflitos anteriores, viralizando como se fossem da atual guerra no país. Com frequência, pessoas os compartilham porque ficam chocadas - ou mesmo numa tentativa de ajudar. Isso, porém, apenas aumenta o caos que os ucranianos vivem atualmente.

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Cena da guerra na Síria foi compartilhada como se fosse da Ucrânia

A melhor forma de descobrir se um vídeo é verdadeiro ou não é prestar atenção em alguns detalhes - por exemplo, como está o tempo na imagem, placas de estradas ou a língua em que as pessoas falam. Entre os vídeos falsos compartilhados como se fossem do atual conflito na Ucrânia estão imagens da grande explosão que atingiu Beirute (Líbano), em 2020, e da invasão russa da Crimeia, em 2014.

Usando o Google Maps, você pode descobrir se o vídeo é realmente de onde ele diz ser. Além disso, você pode usar o recurso de busca inversa de imagens, disponível em vários sites, para verificar se aquele mesmo vídeo ou foto já havia sido compartilhado na internet anteriormente. Se foi, é um sinal importante de que ele foi reciclado de algum acontecimento anterior.

2. Quem está compartilhando? E por quê?

Em primeiro lugar, é importante examinar quem compartilhou uma postagem. Você consegue verificar quem é a pessoa - e se ela é uma fonte confiável?

Aqueles que postaram vídeos enganosos estão às vezes procurando obter "likes" e compartilhamentos. A guerra na Ucrânia é um acontecimento perturbador, e postagens sobre o que acontece no conflito têm boa chance de viralizar. Outros, no entanto, estão compartilhando alegações falsas para promover algumas narrativas - para promover suas bandeiras políticas ou criar dúvida e confusão.

Vários jovens da Ucrânia me falaram de perfis em redes sociais a favor da Rússia que discutem com ucranianos, sugerindo, sem ter provas, que a guerra está sendo "encenada" ou que a Ucrânia está bombardeando seu próprio território.

Um homem que eu entrevistei me explicou que mesmo fotos de sua casa, próximo a Kiev (capital da Ucrânia), completamente destruída por bombas não foram suficientes para convencer esses "trolls" da internet. Muitos deles têm poucos ou mesmo nenhum seguidor, pegaram sua foto de perfil de outros lugares na internet e usam nomes de usuário genéricos. Eles também só começaram a postar depois que a invasão começou. É difícil saber quem exatamente está gerenciando essas contas.

Outros perfis que promoviam alegações falsas sobre a pandemia de covid-19 mudaram de foco para se concentrar em teorias das conspiração sobre a guerra na Ucrânia. Os mesmos argumentos falsos - por exemplo, que aqueles feridos por bombardeios são "atores" - aparecem toda hora e têm sido promovidos por diplomatas russos.

3. Faça uma pausa antes de compartilhar

Muito do que aparece nas redes sociais sobre a guerra é assustador. Esse tipo de material dispara uma reação - e isso significa que as pessoas às vezes compartilham postagens sem verificar se elas são verdadeiras. A desinformação se espalha porque mexe com nossas emoções e preferências.

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Não, o ator Steven Seagal não está lutando na Ucrânia, e este tuíte não é da rede CNN

Não se trata apenas de emoções negativas. Às vezes, histórias de esperança também podem viralizar. No entanto, embora elas possam melhorar o moral em relação ao conflito, elas também contribuem para o caos na internet e tornam mais difícil entender o que realmente está acontecendo.

A guerra de informação, porém, é mais do que o que se vê nas mídias sociais. É uma batalha travada entre governos, da Ucrânia e da Rússia, que promovem suas próprias propagandas.

O que você pode fazer em relação a isso? Pergunte. Pergunte a si mesmo por que uma fonte específica pode estar dizendo alguma coisa - e se essa alegação é sustentada por algum tipo de evidência.

Você pode ouvir o podcast War on Truth (Guerra contra a Verdade) clicando aqui (em inglês).


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