O alemão Leon Schwarzbaum, um sobrevivente do Holocausto e defensor da memória dos crimes nazistas durante a Segunda Guerra Mundial, faleceu ontem (13), aos 101 anos.
"Leon Schwarzbaum morreu na noite de domingo. Sua morte é uma grande perda para a memória coletiva. Todos sentiremos falta de sua raiva e de sua humanidade", disse o vice-presidente-executivo do Comitê Internacional de Auschwitz, Christoph Heubner, à AFP.
Nos últimos anos, Leon testemunhou várias vezes em julgamentos contra criminosos ligados ao nacional-socialismo.
Seu depoimento em 2016 marcou o julgamento do ex-guarda do campo de concentração de Auschwitz Reinhold Hanning, condenado a cinco anos de prisão. O réu morreu alguns meses depois do veredicto, sem entrar na prisão.
No final de 2021, Leon também compareceu ao julgamento de um ex-guarda do campo de concentração de Sachsenhausen, Josef Schütz, de 101 anos, para que "se fizesse justiça".
Muitas vezes, Schwarzbaum manifestou sua raiva pelo fato de tão poucos criminosos nazistas terem sido levados a julgamento, especialmente na Alemanha. O Comitê Internacional de Auschwitz ressalta que "ele não queria ódio, queria justiça".
Leon Schwarzbaum nasceu em 1921, em Hamburgo, em uma família judia polonesa, mas cresceu em Bedzin, na Alta Silésia, atual Polônia. De lá, sua família foi deportada para Auschwitz, em 1943, após a dissolução do gueto.
Ele foi o único membro de sua família a sobreviver aos campos de Auschwitz, Buchenwald e a um campo anexo de Sachsenhausen, ao norte de Berlim.