GUERRA NA UCRÂNIA

Combo McDonalds vira 'relíquia' vendida por até 250 euros após fechamento na Rússia

Rede de fast-food informou o fechamento de 850 lojas na terça-feira (8/3). Os restaurantes interromperão o atendimento nesta segunda (14/3)

Na véspera do fechamento de todas as lojas da rede de fast food McDonald’s na Rússia, vários cidadãos foram, neste domingo (13/3), vistos em filas e até mesmo em protestos contra a decisão da empresa de deixar o país após Putin invadir a Ucrânia. Em um vídeo, que viralizou nas redes sociais, um homem se algemou à porta de uma das lojas em Moscou e gritava que “fechar é um ato de hostilidade” contra ele e os moradores do local.

O manifestante era Luka Safronav, filho do famoso pianista Nikas Safronov. Ele tentava impedir o fechamento da loja, em um apelo desesperado para fazer com que a gigante dos arcos dourados desistisse da sanção contra Putin. “Eles não tem o direito de fechar!”, também gritou Luka.

Ele reuniu diversas pessoas ao redor do ato, alguns curiosos, outros apoiadores, e só parou de gritar quando os policiais quebraram a corrente e o levaram à detenção. No momento em que Luka era levado pela multidão de policiais, uma pessoa gritou, com ironia, que “daqui seis semanas, eles irão reabrir com outro nome”.

Enquanto o movimento ocorria, outros consumidores da rede aproveitaram o domingo para comer pela última vez nos restaurantes. Houve ainda quem quis se aproveitar da situação: compraram vários lanches na loja e cadastraram em sites de venda de “produtos usados” por preços exorbitantes, como um combo de quatro hambúrgueres, nuggets e molho por 250 euros.

Em todo o país, serão 850 lojas fechadas nesta segunda-feira (14/3), incluindo a primeira, inaugurada em 31 de janeiro de 1990 na Praça Pushkin, no centro de Moscou. Os russos têm uma memória afetiva com a rede, que chegou em solo russo quando a União Soviética ainda existia e nenhum fast-food havia sido experimentado pelos moradores locais.

Na inauguração da loja da Praça Pushkin, mais de 30 mil pessoas viram as portas serem abertas em meio a um inverno rigoroso, lembrou o jornal Newsweek. No domingo (13/3), os russos aproveitaram para tirar uma última foto — até segunda ordem — na loja.

O McDonald’s informou que, mesmo com o fechamento das lojas, os 62 mil colaboradores continuarão a ser pagos normalmente. Calcula-se que a ação causará um prejuízo considerável para a rede, já que, 9% da receita anual da gigante alimentícia vem das lojas russas e ucranianas, o equivalente a 2,1 bilhões de dólares.

Outra rede de grande porte que suspendeu as operações na Rússia foi a Coca-Cola. Com o cancelamento do fornecimento das garrafas dos refrigerantes, um único copo do refrigerante passou a ser cobrado no país por 8 euros, de acordo com o jornal britânico Mirror.

Juntam-se a lista de empresas que interromperam o funcionamento na nação russa a Zara, Shell, Netflix e Disney. A PepsiCo e a Starbucks também anunciaram o fechamento das lojas em 8 de março.

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