Dezenas de milhares de apaixonados pelos cachorros irão assistir, a partir desta quinta-feira (10), o Crufts, o maior salão canino do mundo, que voltou à cidade inglesa de Birmingham após a pandemia de coronavírus, porém sem participantes russos, excluídos devido à invasão da Ucrânia.
O coronavírus marcou a edição de 2020 e provocou o cancelamento da mostra do ano passado. Nesta ocasião, é a guerra na Ucrânia que se imiscui em sua organização.
Mais de 20.000 cachorros devem participar do certame, considerado uma instituição no Reino Unido, onde irão competir até domingo em concursos de beleza, agilidade e adestramento.
Porém, "condenando a invasão da Ucrânia" em finais de fevereiro, o Kennel Club, organizador do evento, decidiu "não permitir os participantes da Rússia". Inicialmente se esperava que participassem 30 proprietários e criadores e 51 cães desse país.
"Nossos amigos da Ucrânia e seus cachorros temem por suas vidas e fazemos tudo que podemos para apoia-los", afirmaram os organizadores, anunciando uma doação de 50.000 libras (330 mil reais) a uma obra beneficente para cães, a fim de "ajudar os criadores, os proprietários e os cachorros que necessitam desesperadamente" na Ucrânia e na Polônia.
O Kennel Club, que possui federações em muto países, também excluiu os juízes caninos com licença na Rússia e em Belarus das competições que organiza em todo o mundo.
O Crufts atraiu 150.000 visitantes em 2020, porém se espera uma menor participação este ano.
"Depois de vários anos de indecisão, tínhamos previsto uma queda no número de participantes, devido tanto às mudanças (nas normas) para as viagens de animais depois do Brexit como as consequências da pandemia, com muita gente, sobretudo no exterior, que não pode viajar ou planejar uma viagem", explicaram à AFP.
Este ano, 16.000 animais de 38 países competem pelo prestigioso título de "melhor cachorro do salão". Entre eles, cerca de 1800 são de outros países, um número muito inferior ao de dois anos atrás, quando mais de 3.000 cachorros chegaram do estrangeiro.
Como consequência da saída britânica da União Europeia, desde de outubro de 2021 os europeus precisam de passaporte para viajar ao Reino Unido, ao invés de um simples documento de identidade e seus animais de estimação estão sujeitos a normas restritas de vacinação e identificação.