O Reino Unido aderiu ao boicote anunciado pelos Estados Unidos contra a Rússia e anunciou que pretende banir o petróleo russo e derivados definitivamente das suas compras até o final de 2022, anunciou, ontem, o primeiro-ministro Boris Johnson.
"Trabalhando com a indústria, estamos confiantes de que isso pode ser alcançado ao longo do ano", disse, em comunicado que confirma os planos britânicos. A medida representa mais uma sanção contra Moscou pela decisão de invadir a Ucrânia e, no entendimento de Johnson, será "outro golpe econômico contra o regime de Vladimir Putin".
O secretário de Energia britânico, Kwasi Kwarteng, afirmou em publicação no Twitter que essa transição dará ao mercado, comerciantes e cadeias de suprimentos o tempo suficiente para substituir suas importações russas.
Planejamento
A União Europeia pretende criar um novo planejamento estratégico para reduzir a dependência de gás e petróleo do país antes de 2030, mas não adotará sanções imediatas à compra dos produtos.
Por dia, o bloco europeu importa 4,3 milhões de barris de petróleo da Rússia, representando cerca de 27% do produto comprado de fora. As importações vindas do país presidido por Putin também representam 41% do gás e 47% do carvão comprados pela Europa. Já as compras dos Estados Unidos são consideravelmente menores: em torno de 400 mil barris diários.
Para o consultor empresarial Fernando Zilveti, o problema energético impacta mais a Alemanha e outros países do Leste, como Hungria e Bulgária, estes últimos mais gravemente. "A inflação é o fantasma que deve assombrar a UE nos próximos tempos, em função do preço do gás. O mercado interno deve sofrer as consequências. Pode ser que os europeus e, principalmente, os alemães, passem a ver os países sul-americanos com mais carinho. O Brasil pode se sair bem, caso não siga fazendo bobagens em sua política externa", acredita.