Se tem alguém que ninguém esperava ver envolvido nos desdobramentos políticos da guerra entre Rússia e Ucrânia, esse alguém provavelmente é um gato. Conhecidos por tirar longos cochilos e dormir, em média, 16 horas por dia na idade adulta, os bichanos estão longe de ser arma de coerção. Entretanto, sobrou para eles uma das mais recentes sanções ao país governado por Vladmir Putin.
É que a Federação Felina Internacional (FIFe) baniu os felinos russos de participarem das competições que serão realizadas ao longo de 2022. Na prática, eles não poderão ser exibidos em nenhum evento fora da Rússia, mesmo que os tutores ou expositores sejam associados de organizações internacionais. Os gatos não poderão sequer ser importados ou registrados nos livros de pedigree (a árvore genealógica dos animais de raça).
Claro que a decisão não muda em nada a vida dos gatinhos que vivem nas ruas de São Petesburgo ou dos animais domésticos criados com menos pompa, mas o intuito da proibição é pressionar a Rússia através dos criadores de felinos de raça.
A FIFe está em cerca de 40 países e realiza mais de 700 eventos a cada ano. São, em média, 200 mil gatos sendo exibidos em diferentes nações. Além de banir os gatos russos, a organização anunciou que vai doar dinheiro aos refugiados ucranianos. Em nota oficial, a organização declarou-se “chocada e horrorizada” com a invasão e afirmou que não poderia “apenas testemunhar essas atrocidades sem fazer nada”.
A imposição, divulgada na sexta-feira (4/3), se junta às sanções de países do ocidente, como Reino Unido, Alemanha, França e Estados Unidos. O veto também é semelhante ao colocado a atletas pelo Comitê Olímpico Internacional, federações de diversos esportes e, até, pela Fórmula 1. Assim como multinacionais de diferentes setores, que estão suspendendo as atividades no país.