Netflix e TikTok anunciam suspensão de operações na Rússia

O serviço de streaming Netflix e gigante de mídia social TikTok anunciaram a suspensão dos serviços de vídeo na Rússia, para manter seus funcionários em segurança e cumprir as novas leis sobre "notícias falsas". "Dadas as circunstâncias, decidimos suspender nosso serviço na Rússia", disse um porta-voz da Netflix.

No caso da plataforma de minivídeos, o TikTok tem mais de um bilhão de usuários no mundo e tem sido uma das fontes de imagens da guerra, postadas por moradores das zonas conflagradas. De acordo com um estudo da Insider Intelligence, publicado na semana passada, o TikTok tinha cerca de 24,7 milhões de contas ativas na Rússia até o fim do ano passado.

O presidente russo, Vladimir Putin, sancionou na sexta-feira uma espécie de lei da mordaça, que prevê penas de prisão de até 15 anos para quem publicar "notícias falsas" sobre os militares russos, no momento em que Moscou ordenou uma invasão na Ucrânia.

A lei foi duramente criticada, mas Putin a defendeu, alegando que o país enfrenta "uma guerra de informação" que exige medidas defensivas. Aliás, o termo "guerra" está proibido de ser usado pela mídia russa. O governo Putin criou o eufemismo "operação especial" para designar a guerra na Ucrânia.

No Twitter, o TikTok se descreveu como "uma saída para a criatividade e o entretenimento que pode fornecer alívio e conexão humana durante um período de guerra, quando as pessoas enfrentam imensa tragédia e isolamento".

Em uma declaração mais longa em seu site, a plataforma disse que a guerra "devastadora" na Ucrânia, além de causar sofrimento generalizado em todo o país, "trouxe dor para nossa comunidade".

Outro gigante das redes sociais, o Facebook já estava bloqueado, desde o dia 4, pelo Roskomnadzor, a agência regulatória russa do setor de telecomunicações. O Twitter, por sua vez, ainda opera em regime de "acesso restrito".