Guerra

Forças russas se preparam para bombardear o porto de Odessa, afirma presidente ucraniano

Quase um milhão de pessoas vivem em Odessa, um importante porto no sul da Ucrânia. A população fala ucraniano e russo e a cidade também possui minorias búlgara e judaica

As tropas russas se preparam para bombardear Odessa, uma cidade estratégica e principal porto da Ucrânia, advertiu neste domingo o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.

"Estão se preparando para bombardear Odessa. Odessa!", afirmou Zelensky em uma mensagem de vídeo.

"Será um crime militar. Será um crime histórico", declarou o presidente, no momento em que o exército russo, procedente da Crimeia anexada, continua avançando no sul da Ucrânia.

Quase um milhão de pessoas vivem em Odessa, um importante porto no sul da Ucrânia. A população fala ucraniano e russo e a cidade também possui minorias búlgara e judaica.

Desde que a Rússia iniciou a invasão à Ucrânia, em 24 de fevereiro, as forças de Moscou tentam, no leste e sul, concretizar uma continuidade territorial entre as zonas separatistas de Donbass e a já anexada Crimeia.

Um ataque a Odessa ampliaria a ofensiva mais ao oeste, perto da fronteira com a Moldávia, país em que a Rússia já tem presença militar no enclave de língua russa da Transnístria.

Até o momento, apesar da sirenes de alerta, Odessa, famosa estação balneária do Mar Negro, ficou relativamente à margem dos bombardeios russos.

Mas como todas as grandes cidades da Ucrânia no 11º dia da ofensiva russa, Odessa está repleta de barricadas e sua população prepara abrigos e centros de logística para apoiar os voluntários.

"Como você vê, a cidade está vazia, todo mundo está em casa", declarou à AFP o vice-prefeito Myhailo Shmuchkovych.

"Um ataque pode acontecer a qualquer momento e ninguém está preparado para algo assim, sobretudo moralmente" acrescentou.

O presidente Zelensky pediu aos russos que se manifestem contra a invasão e que escolhem entre "a vida e a escravidão".

"Cidadãos russos! Para vocês não é apenas uma luta pela paz na Ucrânia. É também uma luta por seu próprio país", disse.