Um júri absolveu nesta quinta-feira (3/3) o único policial acusado pela morte de Breonna Taylor, uma americana negra baleada há cerca de dois anos em seu apartamento em um caso que se tornou emblemático para o movimento Black Lives Matter.
O policial branco Brett Hankison, de 45 anos, foi acusado não pela morte de Taylor, mas por "colocar em risco" seus vizinhos ao disparar sua arma contra uma cerca.
Após uma semana de julgamento e três horas de deliberação, os jurados os consideraram inocente. O policial mal segurou as lágrimas ao receber a notícia.
Mas essa decisão pode reacender a indignação em Louisville, a maior cidade do Kentucky, onde a mobilização foi grande em 2020 quando os promotores decidiram não processar os outros policiais envolvidos no caso e manter apenas uma acusação contra Hankison.
Seu advogado, Stew Mathews, por sua vez, aplaudiu o "veredicto adequado". "A justiça foi feita", comentou, observando que seu cliente "estava fazendo seu trabalho como policial".
Em 13 de março de 2020, três policiais de Louisville invadiram no meio da noite a casa de Breonna Taylor, uma auxiliar de enfermagem de 26 anos, como parte de uma investigação por tráfico de drogas contra seu ex-namorado.
Seu novo parceiro, Kenneth Walker, pensou que se tratavam de ladrões e disparou um tiro com uma arma para a qual ele tinha permissão legal. Os agentes reagiram e Taylor levou cerca de 20 tiros.
Os policiais tinham um mandato que os autorizava a entrar na casa sem aviso prévio. Ainda assim, eles afirmam ter avisado, o que Walker nega.
A morte da mulher não chamou muita atenção inicialmente, mas o caso cresceu durante as manifestações antirracistas que abalaram os Estados Unidos após a morte de George Floyd, um homem negro asfixiado por um policial branco em Minneapolis, em 25 de maio de 2020.
Para pôr fim à queixa civil, o prefeito de Louisville concordou em pagar 12 milhões de dólares à família de Breonna Taylor e se comprometeu a realizar algumas reformas iniciais em sua polícia.
As práticas da força pública da cidade estão sendo investigadas pelo governo federal.